05/11/2020

 

Perversidade

VIVES ATORMENTADO POR EL ÉXITO — Steemit

O perverso usa o mecanismo do desmentido para lidar com a castração, numa tentativa de ficar imune. A castração é aquilo que simbolicamente dará sustento à lei (dizendo de forma bem simplista). O uso desse mecanismo (o desmentido), é a forma do perverso mostrar que sabe que a castração existe (ou que a lei existe), porém não a considera.

Segundo Freud, a função ética, nasce da vivência edipiana, na relação com a castração, onde o sujeito tem a possibilidade de deixar para trás a onipotência e a arbitrariedade. A modalidade perversa se coloca como tendência a desconsiderar a submissão à lei, dando continuidade ao arbitrário.

A perversão não se restringe àquilo que é sexualmente bizarro ou maligno (no sentido de assassinato), mas incide na possibilidade de satisfação e sustentação do desejo atualizado.

Da mesma forma, lida com a própria angústia, negando sua existência. Para isso, institui um objeto (material ou comportamental), que é colocado no lugar da falta (consequência da castração e motivo de angústia). Quase que numa indicação de não repressão.

Ao desmentir a castração, a lei, a falta e a angústia, o perverso indica sua forma de lidar com o outro – desconsiderando. O outro existe, mas como possibilidade de uso para sua satisfação. Por isso, o perverso o manipula.

O perverso entrega sua angústia ao outro como enigma. Não se inibe, nem se recrimina, pois para isso teria que considerar o outro na relação. Sua via é de manipulação, para assim, acessar a satisfação. O outro é então objeto de manobra para o gozo.

O objeto do perverso é como um véu, que faz duplo efeito: aponta a falta e a desmente. O objeto, nem sempre é material, nem sempre tem foco no prazer sexual, mas se remete àquilo da falta e da angústia que o perverso não quer saber. Dessa forma, o poder (arbitrário) pode ser objeto do perverso.

Os outros se colocam à disposição da manipulação do perverso pelo enigma que concerne. A idolatração do perverso de cunho submisso, se instaura na medida em que o perverso faz por que quer, faz por satisfação. Ele faz aquilo que os outros (manipulados) gostariam de fazer, mas seu conflito com a lei (interna) não permite.

Com isso, o perverso submete o outro à sua culpa. Ou seja, já que ele não reconhece a castração, não reconhece a falta, não considera o outro, também não sente culpa (o que não significa, em hipótese alguma, que não tem responsabilidade) e a entrega para que o outro a sinta: “a culpa é sua”. Essa culpa está no sentido subjetivo, da constituição do sujeito. O perverso coisifica o outro e ainda o torna culpado.

Contudo, a modalidade perversa não é simples de ser manejada. O perverso precisa de investimento psíquico, intelectual e corporal para manter sua satisfação, por isso, vemos o perverso por vezes como grande articulador, como grande calculista, como grande incitador. Ou seja, a manipulação é necessária para sustentar seu objeto.

Neste sentido, o perverso usa o poder como objeto de satisfação fetichista. Daí desmente as leis, desmente as normas, desmente a ética. O poder é o objeto que constitui sua subjetividade e, portanto, sua manutenção é imprescindível. Para fazer valer esse objeto, o perverso manipula o outro (que deve se submeter), com encantamento.

Torna-se, então, uma figura idealizada daquele que tudo pode, pois tudo faz. Os submetidos não percebem sua manipulação porque sua articulação tem caráter de montagem, fazendo o submetido se considerar importante. Mas o perverso não liga para o submetido, pois o que realmente importa é a manutenção de seu objeto de gozo.

Por 

CIRURGIA MORAL - I

VÊ QUEM ESTÁ AO SEU LADO

Vê quem está ao teu lado, ajudando-te a compreender os movimentos da Vida. Nunca estás sós nos campos do aprendizado. As tuas companhias andam contigo em todos os lances que empreendes, em todos os sentidos que, porventura, seguires. E essas companhias são espirituais e físicas. Vê a responsabilidade que tens diante delas: umas de receber o teu exemplo, outras de te instruir nas linhas da evolução a quem pretendes atingir.

Devemos afirmar, quantas vezes forem necessárias, que ninguém vive sozinho, nem anda sem companhias. Quem pretender isolar-se, atrofia as suas próprias faculdades. A lei nos recomenda viver em grupos e nunca nos esquecermos daqueles que nos cercam. A gratidão é força nova em novos entendimentos. Não fazemos nada escondido. Muitos olhos estão a nos observar, sem faltar uma fração de segundo, registrando e nos ajudando a registrar tudo o que ocorre conosco. Quem se conscientiza desta verdade, procura em toda a área em que opera, errar menos, usando todos os meios possíveis para acertar mais.
Devemos ainda visualizar o Cristo andando conosco, essa Companhia Invisível que nos dá força para trilhar caminhos mais seguros e compreender, com mais eficiência, aqueles que nos acompanham.
A educação nos concita, do lar à escola e desta ao trabalho, a um procedimento que não nos deixa exteriorizar a nossa inferioridade, sendo disciplina que, quando permanentemente limpa desobstrui todos os remanescentes das antigas condições de inferioridade, colocando-nos como almas que desejam e começam a conhecer a Verdade. Não é necessário que conheças todos os países do mundo, principalmente aqueles a que chamas mais civilizados, para que possas iniciar-te na civilização. Se observas os que andam contigo, todos os dias, as tuas reações, em todos os momentos, podes deduzir, sem anunciar, o que deve ser melhor para ti.
Cada criatura sabe analisar o que lhe serve para o seu próprio bem. Nenhuma pessoa é culpada dos teus infortúnios e da tua incompreensão. Deus colocou em todos as mesmas advertências e os mesmos valores a serem cultivados. Às diferenças que existem, somente uma coisa pode responder: a reencarnação, na escala evolutiva dos espíritos. Se ainda não a conheces no presente estágio, haverás de conhecê-la em outro. Porém, nenhuma das criaturas ficará órfã das leis de Deus.
Existe justiça infalível, vibrando em toda a criação, desde os cromossomos até os homens mais ilustres da Terra e destes até os anjos mais elevados dos Céus. E se a justiça de Deus não falha, por que temer? Haveremos de alimentar a confiança nas forças, nas companhias que vivem conosco em todos os momentos da vida. Se tudo o que fazemos fica registrado em nós, e no grande livro de Deus, o nosso dever é fazer o melhor, dentro daquilo que já conhecemos ser o melhor. Não culpes ninguém dos teus desacertos! O único culpado és tu mesmo.Acerta as coisas dentro de ti que, por fora, tudo acompanhará as tuas atitudes íntimas. Confia, pois essa lei palpita em todo o Universo.

LIVRO “CIRURGIA MORAL” DE JOÃO NUNES MAIA – ESPÍRITO LANCELLIN



PESSOAS TÓXICAS

1. Pessoas arrogantes Há uma grande diferença entre confiança e arrogância. Confiança inspira; arrogância intimida. Pessoas arrogantes sempr...