“Perceba como uma flor é presente, como ela se entrega à vida.
Você já olhou bem atentamente para aquela planta em sua casa? Já permitiu que aquele ser familiar mas misterioso que chamamos de planta lhe ensine seus segredos? Já percebeu a profunda paz que emana dessa planta? Já sentiu como ela está cercada por um campo de calma? No momento em que você percebe a calma e a paz que emanam de uma planta, ela se torna sua mestra.
Observe um animal, uma flor, uma árvore, e veja como eles repousam no Ser. Sinta a imensa dignidade, inocência e dimensão do sagrado que existem neles. Mas, para perceber isso, você precisa superar o hábito de dar nomes e rótulos. Assim que consegue ver além dos rótulos impostos pela mente, você sente a dimensão inefável da natureza que não pode ser entendida pelo pensamento ou pelos cinco sentidos do corpo. Há uma harmonia, um sentido do sagrado que permeia não só a natureza como um todo, mas que também está dentro de você.
O ar que você respira é natureza, como também é natureza o próprio ato de respirar.
Preste atenção na sua respiração e perceba que não é você quem a controla. É a respiração da natureza. Se você precisasse lembrar de respirar, morreria logo. E, se tentasse parar de respirar, a natureza se encarregaria de manter a respiração.
Ao sentir a respiração e ao aprender a prestar atenção nela, você se conecta à natureza da forma mais íntima e poderosa. E um ato extremamente curativo e reabastecedor. Ele promove uma mudança, passando do mundo conceituai do pensamento para o mundo interior da consciência livre de condicionamentos.
Você precisa da natureza como sua mestra para ajudar a religar-se com o Ser. Mas não é só você que precisa da natureza. Ela também precisa de você.
Você não é separado da natureza. Todos nós fazemos parte da Vida Única que se manifesta de inúmeras formas no universo – formas completamente interligadas.
Quando reconhece o sagrado, a beleza, a incrível calma e dignidade de uma flor ou de uma árvore, você acrescenta algo à flor ou à árvore. Através de seu reconhecimento, de sua percepção, a natureza também passa a se perceber. Através de você, ela passa a perceber sua própria beleza e seu próprio caráter sagrado!” (Eckhart Tolle – O Poder do silêncio)
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