11/12/2024

A vingança não vale a pena


A maioria de nós, em algum momento das nossas vidas, se sentiu tão prejudicado, ferido e ofendido, que a sombra dessa figura amarga e cinzenta, mas quase sempre tentadora, passou pela nossa mente: a vingança. As nossas bússolas morais se desviam alguns graus do seu norte e imaginamos formas, caminhos e situações para devolvermos a dor que nos machuca à pessoa que nos ofendeu.

O desejo de vingança consciente é fácil de identificar, não carece de muitas explicações. É algo que surge e é identificado pela pessoa, que passa a agir no sentido de levar seu plano a cabo. Contudo, quando esse sentimento é inconsciente, ele fica ainda mais perigoso, embora seja igualmente malévolo.

Há muitas outras formas de vingança inconsciente. Quando nos desagradamos das atitudes de familiares, por exemplo. Tentando manter uma harmonia inviável, vamos nos submetendo, aguentando em silêncio o desrespeito; de súbito, podemos nos sentir mal naquele ambiente e, algum mal-estar físico, pode nos autorizar a retirada do local.

Os planos de vingar-se não deixam de ser uma maneira de permanecer vinculado no nosso imaginário a pessoa de quem queremos retaliar. Mesmo que consigamos alguma atitude prejudicial ao outro, ficaremos pensando se o estrago foi grande na vida do outro e assim vamos ficando fixados nesta ruminação sem fim. Para a vingança se manter viva, precisamos alimentá-la com raiva e desejo de retaliação. Estes dois componentes vão nos atacando internamente, como se bebêssemos uns cálices de ácido todos os dias. É um péssimo negócio que só se justifica pela nossa pouca saúde mental. Melhor que vingar-se é dizer para o outro que não gostamos, que nos aborrecemos, etc. Revelar o desconforto.

Gratidão por estar aqui!






 

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