Existe uma máxima chinesa que diz que o homem sábio anda pelo caminho do meio, evitando as emoções muito intensas - pois sabe que tudo o que chega a seu extremo, naturalmente se transforma no seu oposto.
E o que a maioria de nós faz? Procura a felicidade, a empolgação e o entusiasmo acima de qualquer outra coisa - quanto mais, melhor. Não é assim?
Só que, assim como depois de uma fogueira arder muito, não sobra nada além das cinzas depois que a chama se apaga, depois de um grande estado de entusiasmo e empolgação, não resta nada a não ser o desânimo e a sensação de esgotamento.
É isto exatamente o que muitas pessoas relatam estar vivendo nos últimos tempos. Períodos de falta de ânimo e de satisfação seguidos por momentos de euforia - para, depois de um tempo, o desânimo voltar ainda maior.
E é interessante pensarmos no significado da palavra EUFORIA: eu, fora. Quando estou eufórico, estou fora de mim. Vivo um estado interno em que não estou centrado, conectado ao meu interior. A euforia típica destes períodos de oscilação emocional está longe de ser um sentimento verdadeiro, alinhado.
É uma fuga da realidade, uma anestesia contra o tédio, medo, tristeza e falta de sentido.
Pense nisso da próxima vez em que experimentar esta euforia. Eu sei que, em tempos como estes, podemos imaginar que viver alguma felicidade é melhor do que não viver nenhuma. Mas e se esta "felicidade" for seguida por um fundo do poço? Vale a pena?
Flavia Melissa
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