02/04/2023

Quando desaprendemos a escutar o outro?

Você já se percebeu cansado, sem energia, mesmo em um dia "normal"? Que vivemos em um contexto de incerteza e mudança constante, nós já sabemos. Bem como a complexa sociedade em que estamos inseridos. As pessoas estão sem paciência, viciadas em processos, funcionários exaustos tentando dar conta das atividades, vizinhos intolerantes ou com raso senso de comunidade. Estamos no piloto automático, sem nos darmos conta do impacto de nossas decisões em nós mesmos e em todos a nossa volta. As pessoas perderam o foco do que é importante, do real problema, do inimigo em comum a ser combatido. Elas querem estar certas, serem vistas, receberem "likes", impor suas verdades absolutas. Muitas vezes, não param nem para fazer uma curadoria básica do que estão repetindo por aí. Por outro lado, quantas pessoas deixam de expor sua opinião por causa de medo que vem de tanta intolerância e de tanta violência verbal a nossa volta? Algumas deixam de se posicionar porque têm receio de como os outros verão suas ideias. Outras não falam o que sabem com medo das “pedradas”. E por fim há aqueles que simplesmente se abstém de entrar em qualquer diálogo, por achar que não vale a pena. Neste cenário, não há vencedores. Perdemos nossa saúde, nosso precioso tempo, a oportunidade de ver as coisas por outro ângulo, aprendermos e evoluirmos. E também deixamos de contribuir com quem está a nossa volta, pois achamos que ninguém quer saber o que pensamos. Tudo isso nos exaure e nos anula. Como indivíduos, nascemos com a necessidade de crescer e contribuir com quem está a nossa volta. Se não podemos fazer isso, que legado vamos deixar? Como sair dessa "Matrix", onde somos moldados pela “bolha” em que vivemos? Temos o direito de fazer escolhas todos os dias, desde coisas mais simples, como a roupa que vamos usar e o que iremos comer, até algo mais desafiador, como a maneira que iremos nos comunicar e agir. Mas as pessoas andam esquecendo que podem e devem exercer esse direito: elas não escutam o outro e nem a si mesmas. Pare tudo! Escolha escutar! Comece por você. Escute sua voz interna, perceba suas emoções. Elas nos dão sinais importantíssimos o tempo todo. Escute também o outro! Escute o que estão lhe dizendo e encontre a essência da informação. O que estão querendo comunicar através das palavras, mas principalmente, através do que não foi dito. Para que a coisa dê certo, as duas escutas precisam ser exercidas com empatia, até mesmo com você. Não basta ouvir o outro e não a si mesmo, e nem o contrário. Essas são habilidades disponíveis para todos nós. Não as desperdice: desenvolva-as! Tenho aprendido a não levar a vida tão a sério. Sabe aquela frase “ser feliz ou ter razão?” A profunda compreensão dela só veio para mim com a maturidade e com o entendimento de que isso é uma escolha. Às vezes, o sangue esquenta, dá vontade de devolver "na mesma moeda". Quando isso acontecer, dê um passo para trás e veja tudo com outra perspectiva. Saia do piloto automático e reassuma o controle de suas decisões. Escolha o que lhe faz bem, ainda que isso não seja óbvio agora. Escute o outro e a si mesmo. O que realmente importa para você? Quais têm sido as suas escolhas? Como você tem conduzido a sua vida? Lembre-se:suas ações refletem quem você é! Arlete Amoroso

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