O que são crenças disfuncionais
Para compreendermos o que são as crenças disfuncionais, também conhecidas como crenças limitantes, precisamos analisar o conceito de crenças centrais.
As crenças centrais (ou nucleares) são entendimentos que as pessoas têm acerca de si mesmas, sobre o mundo e sobre os outros de forma profundamente enraizada, caracterizadas como uma espécie de verdade absoluta.
Muitas vezes, conseguimos identificá-las através do discurso do paciente. Isso porque as pessoas compartilham frases como “eu sempre fui assim” ou “sempre aconteceu dessa forma”.
Além disso, essas crenças costumam ser globais e super generalizadas. Isso significa que uma crença normalmente se aplica em vários aspectos da vida do paciente. Nesse contexto, podemos entender como crenças disfuncionais aquelas que causam sofrimento físico e/ou mental ao paciente.
São caracterizados por modos de pensar que fazem o paciente enxergar a realidade com um olhar distorcido, pessimista e autossabotador.
Quais são essas crenças
David Burns, psiquiatra americano, construiu uma lista de crenças limitantes mais comuns, com base em um estudo de alguns pacientes ao longo dos anos. Ele foi o responsável por popularizar a Terapia Cognitivo-Comportamental ao redor do mundo.
A lista foi publicada no livro Feeling Good Handbook, se tornando referência para os profissionais conseguirem identificar os estilos de crenças disfuncionais que podem aparecer ao longo do atendimento psicoterapêutico.
São elas:
Pensamento tudo ou nada (ou pensamento dicotômico): a pessoa entende que tudo na vida dela é baseado em “8 ou 80”. Sendo assim, ela tende a emitir comportamentos extremistas e se vincula a eles para justificá-los.
Supergeneralização: o paciente interpreta uma situação de forma isolada, estabelecendo-a como verdade absoluta. Dessa forma, ele entende que um resultado negativo é suficiente para invalidar qualquer outra nova tentativa.
Filtro mental: o paciente tende a focar em falhas, erros ou aspectos negativos de um acontecimento. Assim, os detalhes desagradáveis prevalecem sobre qualquer outro ponto.
Desqualificação do positivo: a pessoa entende que os pontos positivos que acontecem na sua vida são meramente fruto do acaso, não reconhecendo essa experiência como algo de valor.
Leitura mental: a pessoa acredita que consegue adivinhar o que as outras pessoas pensam, mas não passa de uma suposição. Isso acaba acarretando a tomada de decisões precipitadas, pois a própria pessoa decide pelas outras envolvidas na situação
Adivinhação: o paciente tende a fazer previsões sobre o futuro, criando desdobramentos praticamente infinitos na mente e, consequentemente, se fixando em hipóteses que, no final de tudo, tendem a ser pouco prováveis.
Catastrofização: nesse caso, o paciente tende a ampliar ou minimizar o significado, importância ou probabilidade de certas coisas acontecerem. Dessa forma, ele tende a tentar criar uma lógica para justificar um desfecho imaginável.
Raciocínio emocional: a pessoa, nesse caso, entende as emoções como fatos e, devido a isso, tende a ignorar argumentos razoáveis que poderiam mostrar uma outra visão ou desfecho sobre aquilo.
Declarações do tipo “deveria” ou “eu devo”: o paciente nutre uma expectativa acerca das coisas, pois acredita que elas deveriam acontecer ou ser de uma determinada forma. Logo, quando elas não correspondem a essas expectativas, o sofrimento é intenso.
Rotulação: a pessoa atribui rótulos negativos a si mesmo e aos outros, a partir de acontecimentos isolados. Normalmente a rotulagem está distorcendo suas avaliações.
Personalização: quando a pessoa leva absolutamente tudo pelo lado pessoal, assumindo culpa ou responsabilidade pelas atitudes e humores de outras pessoas.
Atribuição de culpa: ela é o oposto da personalização, pois faz com que o paciente o transfira a culpa de seus problemas para as outras pessoas, se portando como vítima de todas as situações.
Falácia de controle externo: a pessoa acredita que a vida é controlada pelo destino.
Falácia do controle interno: a pessoa acredita que é o “centro do universo”, considerando que unicamente as ações feitas por ela que determinam o que acontece à sua volta. Isso acaba provocando o excesso de auto responsabilidade, pois não considera os fatores externos..
Falácia da justiça: o sujeito é completamente apegado à como apego à ideia de “lei do retorno”, ou seja, entende que os seus esforços devam ser reconhecidos e retribuídos na mesma proporção.
Falácia da recompensa do céu: a pessoa guia os seus atos esperando uma retribuição divina.
Falácia da mudança: o paciente acredita que pode mudar o outro, se pressionar o suficiente.
Fonte:iptc.net.com
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