Estresse. Todos nós sabemos, sentimos, reprimimos, lidamos, superamos, reclamamos e fazemos o nosso melhor para evitá-lo. Mas a verdade é que, especialmente se você atuar no meio corporativo, o estresse é uma grande parte da equação do bem-estar.
É comum ouvirmos frases como “me sinto no limite”, “não consigo desligar minha mente”, “estou inquieto", “ando tão irritado e mal humorado” ou, ainda, “não tenho energia para nada”. Parece que boa parte das pessoas estão nervosas ou entorpecidas e, às vezes, um pouco dos dois. Ainda que cada um expresse esses sentimentos de formas diferentes, as experiências internas são as mesmas.
O primeiro pesquisador a analisar a fundo esses sintomas fisiológicos foi o endocrinologista Hans Selye. Ele mapeou as três fases do estresse, identificando as respostas pelas quais o corpo passa após ser estimulado por um estressor.
Seus estudos lançaram luz sobre uma questão ainda pouco explorada pela área médica. De acordo Selye, a palavra estresse nem fazia parte do nosso vernáculo até os anos 1930. Sua definição foi: "estresse se refere à reação e adaptação de qualquer organismo a uma ameaça percebida. No nível celular, o estresse é fundamental para a vida porque motiva a ação e o comportamento".
Neste sentido, o estresse é uma faca de dois gumes. Às vezes, é exatamente o que nos motiva a agir com rapidez. Por outro lado, quando o estresse se torna contínuo, é como se uma sirene se mantivesse acesa e barulhenta.
Nem todos passarão por cada estágio sequencialmente, mas ao se familiarizar com o estágio de estresse em que pode estar atualmente, você terá mais probabilidade de tomar medidas positivas para acelerar a recuperação após um período estressante ou ser capaz de criar um plano para gerenciar o estresse no futuro. Para ajudá-lo a visualizar, pense em uma escada com três degraus:
Primeira etapa do estresse: fase do alarme
Sentir-se pressionado a ter um desempenho consistente com alto padrão e, ao mesmo tempo, lidar com várias responsabilidades, pode torná-lo mais suscetível a desencadeadores de estresse. Na fase do alarme, entramos em contato com o fator estressante e, em seguida, o corpo inicia a resposta de luta ou fuga.
Soa o alarme e a atividade nas glândulas tireóide e adrenal aumenta. Seu corpo tenta manter as coisas o mais normal possível. O cortisol, um dos hormônios anti inflamatórios, é secretado para controlar a inflamação que está acontecendo. Esta etapa visa resolver um problema imediato e, em seguida, retornar os níveis ao normal.
Quando você não presta atenção a esses alertas, outras coisas dentro do seu corpo começam a acontecer. Há aumento dos hormônios do estresse, frequência cardíaca e pressão arterial. Com o estresse, vem boca seca, ansiedade, dor no estômago, suor, tensão/dor no corpo, agitação, respiração ofegante, vontade de roer unhas e até diarréia passageira.
Segunda etapa do estresse: fase de resistência
Se o estresse percebido continuar, o corpo permanece ativado em um nível metabólico mais alto em um esforço para compensar o estresse persistente. É como se você estivesse dizendo ao seu corpo que esse nível de estresse não vai desaparecer tão cedo. Então, ele começa a se estabelecer na sensação de estresse constante e se adapta de acordo.
Porém, nossos sistemas não podem manter esse nível de estresse indefinidamente. É comum que se sinta falta de concentração, problemas com a memória; mal-estar, formigamento nas extremidades, sensação de desgaste físico constante, mudança no apetite aparecimento de problemas de pele; imunidade baixa, hipertensão arterial; cansaço constante; gastrite e azia prolongada; tontura; sensibilidade emotiva excessiva; irritabilidade excessiva; libido diminuída e criatividade bloqueada.
É neste degrau que podemos remediar a situação, se criarmos algumas mudanças para hábitos saudáveis e reorganizarmos nossa rotina. É a chamada fase de recuperação, um período em que seu corpo faz o possível para retornar seus sistemas internos aos níveis originais e saudáveis.
Se ignorarmos os sintomas e continuarmos no mesmo nível de esforço, o sistema corpo-mente não sustenta e passamos para a fase seguinte. Começa então o burnout.
Terceira etapa do estresse: fase de exaustão
Esse estágio é o resultado de estresse prolongado ou crônico. Lutar contra o estresse por longos períodos pode esgotar seus recursos físicos, emocionais e mentais a ponto de seu corpo não ter mais força para lutar contra o estresse.
“A exposição prolongada ao estressor resultará no esgotamento dos recursos do corpo e o desgaste suprimirá o sistema imunológico e causará a deterioração das funções corporais. Isso pode levar a uma variedade de desequilíbrios no sistema corpo-mente”, explica a médica Carolina Presotto, idealizadora do Instituto Medicina da Consciência.
Os sinais de exaustão incluem cansaço excessivo, apatia, irritabilidade, tontura frequente, insônia, dificuldade para trabalhar e criar, e diversos desequilíbrios, incluindo doenças cardíacas, problemas digestivos, depressão e diabetes.
Sinais de que você pode estar com sobrecarga de estresse e seu sistema não está respondendo
Dores no corpo
Ansiedade
Insônia
Sensação de cansaço
Falta de concentração
Irritabilidade e reatividade
Preocupando-se o tempo todo
Sentindo que você está sob pressão constante
Beber ou usar drogas para lidar com o momento
Comer demais e compulsão alimentar
Estar fazendo somente o que é obrigatório
Sem ânimo para fazer o que você gosta
Estados deprimidos
Afastamento da família e amigos
Fonte: Medicina da Consciência
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