Você já ouviu falar em síndrome do pânico? Ela é caracterizada basicamente por crises que duram entre 10 a 30 minutos, em que a pessoa sente um medo intenso, muitas vezes injustificado, acompanhado por sintomas físicos como palpitações, dor no peito e sudorese. Essa síndrome, que acomete 3,5% da população não é exclusividade dos adultos, uma vez que também atinge muitas crianças. A diferença é que as crianças muitas vezes não sabem explicar o que sentem, o que pode dificultar o diagnóstico.
Sintomas da síndrome do pânico na infância
Uma crise de pânico pode ou não ser desencadeada por um motivo específico, muitas vezes ela ocorre de forma aleatória. Durante a crise, a criança se sente muito ansiosa, angustiada e produz diversos sintomas físicos, como: aumento da frequência cardíaca, sensação de pressão no peito, falta de ar, sufocamento, tonturas, tremores, desmaios, dormência nas extremidades. Além disso, a criança sente que pode morrer a qualquer momento ou que está perdendo o controle e enlouquecendo. São os mesmos sintomas de um adulto, mas é muito mais difícil lidar com isso na infância.
É muito comum que depois do primeiro ataque de pânico, a criança sinta medo de voltar a ter a crise. Ela pode associar a crise ao lugar que ela estava e evitar se expor a mesma situação. Por exemplo, se a criança teve uma crise de pânico no ônibus escolar, ela pode começar a sentir medo de ir de ônibus para a escola.
Quando a criança começa a evitar ir a lugares específicos, os pais devem ficar alerta, pois pode ser um primeiro sinal da síndrome. A criança pode ter também terrores noturnos, que são pesadelos que a fazem gritar, chorar e tremer, levando-a a desenvolver medo de dormir e necessidade da presença constante dos pais.
A síndrome do pânico na infância geralmente começa com ansiedade generalizada, ou até mesmo ansiedade de separação, que é quando a criança sente uma forte angústia ao ser separada dos pais ou cuidadores. Essa reação exagerada à separação tende a ser confundida com birra, o que causa enorme sofrimento na criança, que não sabe se expressar muito bem.
Para qualquer pessoa, lidar com esse problema é muito difícil e pode prejudicar o desenvolvimento. Para as crianças, o transtorno de pânico pode levar ao baixo desempenho escolar e ao isolamento social, gerando problemas graves na adolescência e vida adulta, como depressão, alcoolismo e abuso de drogas.
A síndrome do pânico pode melhorar ou piorar sem uma razão específica, com os sintomas desaparecendo espontaneamente ou retornando. O tratamento é a única forma de garantir a melhora definitiva dos sintomas do transtorno nas criança.
Quando a criança começa a sentir crises de pânico com frequência e prejudicar seu desempenho e relações sociais, os pais devem ligar o alerta e encaminhar o filho até um profissional. Os pais precisam entender que as crianças podem sentir as mesmas coisas que os adultos, mas como ainda não tem maturidade para se comunicar ou lidar com os sentimentos, acabam sofrendo sem saber como pedir ajuda. Por isso é importante não diminuir o sofrimento dos pequenos a puramente birra.
Fonte: psiquiatriapaulista.com
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