"Tive um sonho que me assustou e me animou ao mesmo tempo.
Era de noite, e encontrava-me num lugar desconhecido.
Avançava com dificuldade contra um vento forte.
Uma densa bruma cobria tudo.
Nas minhas mãos em forma de taça, tinha uma débil luz que ameaçava extinguir-se a todo o momento.
A minha vida dependia dessa débil luz, que eu protegia preciosamente, derrepente, tive a impressão de que algo me seguia. Olhei para trás e apercebi-me da forma gigantesca de um ser que me seguia e avançava atrás de mim. Mas ao mesmo tempo estava consciente de que, apesar do meu terror, devia proteger a minha luz através das trevas e contra o vento.
Ao acordar dei-me conta que a forma monstruosa era a minha sombra, formada pela pequena chama que tinha acendido no meio da tempestade. Sabia também que aquela frágil luz era a minha consciência. A única que possuía, confrontada com o poder das trevas, era uma luz, a minha única luz." (Recuerdos, Sueños e Pensamientos – Carl Jung)
De acordo com Jung, a Sombra é a parte da personalidade que a pessoa não reconhece em si mesma.
Ainda que repudiada, ela é parte integrante de nossa natureza, não podendo ser simplesmente eliminada.
A Sombra pode ser também um campo fértil, fonte de espontaneidade, vitalidade e principalmente de criatividade.
O encontro com a própria Sombra é parte importante do que Jung chamava de Processo de Individuação.
A sombra sempre está aí atrás de mim e me observa.
Se fixo somente a luz… não vejo a sombra.
Se mergulho na escuridão… não vejo a luz.
Percebo-a pela projeção. Aumento-a pelo significado.
Só no equilíbrio encontro a totalidade e portanto, sou livre.
A luta é sempre interna. E sem máscara me reconheço.
Me liberto dos medos e me curo.
Sei que é neste movimento entre a luz e a sombra que me transmuto.
Então me permito sonhar e deixar cada um seguir o seu sonho.
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