07/10/2024

Por que uma pessoa se sente atraída por alguém violento, cruel ou criminoso?


Indivíduos perigosos, temidos pela população e condenados por terem cometido crimes bárbaros são desejados e admirados por um padrão específico de pessoas. Esse tipo de atração é chamada de Hibristofilia ou Síndrome de Bonnie e Clyde.

A hibristofilia é um tipo de parafilia. Parafilia é um desvio sexual onde o prazer não vem exatamente do ato sexual, são práticas sexuais diferentes do que a sociedade considera como normal. Etimologicamente hibristofilia vem do grego hybris, o termo é conceituado como algo que passa da medida, pode-se definir também como insolência, presunção ou soberba. Já a palavra filia faz referência a amor. Pode-se dizer que a hibristofilia é a atração sexual ou desejo por pessoas com um perfil criminoso que, nota-se, é mais comum em mulheres. A primeira pessoa a fazer menção a esse tipo de comportamento foi o psicólogo e sexólogo John William Money, nos anos 50. Para Money, a hibristofilia tratava-se de uma patalogia, um tipo raro de parafilia.

A escritora norte – americana Sheila Isenberg, autora do livro “Women Who Love Men Who Kill”, em tradução – “Mulheres que Amam Homens que Matam”, ao entrevistar mulheres para seu livro, observou que elas sofreram algum tipo de abuso ou já viveram relacionamentos violentos no passado. Isenberg notou que o perfil é de moças que passaram por traumas na infância. Segundo a autora, essas mulheres são atraídas por esses homens não porque eles são violentos, mas por estarem presos, o que proporciona uma sensação de segurança. Além disso, no geral, essas mulheres têm auto-estima baixa, com a notoriedade do assassino elas sentem-se notadas também. Elas veem a personalidade dos criminosos de maneira distorcida, alimentando suas necessidades psicológicas, conclui Isenberg.

É interessante mencionar que a Hibristofilia é também conhecida como Síndrome de Bonnie e Clyde, porque faz referência ao casal de criminosos que cometia assaltos nos Estados Unidos, nos anos 30. Bonnie se apaixonou pelo ex-presidiário Clyde e passou a viver uma vida criminosa ao seu lado. No Brasil, o fenômeno da Hibristofilia também pôde ser notado em diversos episódios. Destaca-se, em especial, a repercussão em torno de Francisco de Assis Pereira, conhecido como “Maníaco do Parque”. Entre 1997 e 1998, ele estuprou e assassinou mulheres no Parque do Estado, em São Paulo. Francisco tinha várias admiradoras e recebeu em torno de mil cartas no primeiro mês de estadia no presídio.

Ao estudar sobre a hibristofilia e ouvir o que psicólogos e psiquiatras têm a dizer sobre o assunto, observa-se o quanto as experiências vividas no passado refletem no indivíduo em sua vida adulta. Logo, abuso sexual e outros traumas vivenciados na infância podem contribuir para formar o adulto com esse desvio sexual, ou seja, com essa preferência “anormal”.

Fonte: LACCEB

Associação Discente - Liga Acadêmica de Ciências Criminais da Bahia

 

 


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