24/03/2023

O sonambulismo numa visão médico-espírita

O sonambulismo é um evento que pode ter implicações médicas, assim como espirituais. Ele acontece com mais frequência nas primeiras horas do sono, e o termo se origina do latim somnus = sono + ambulare = marchar, passear. Assim, como o próprio nome indica, o sonâmbulo tem atitudes motoras durante o período de sono. Elas podem ser simples, como sentar-se na cama, olhar em volta e falar. Mas em outros casos, a pessoa sonâmbula pode se levantar da cama, ir ao banheiro, sair do quarto, comer, subir ou descer escadas e até mesmo sair de casa. Esses episódios costumam durar, em sua maior parte, de alguns minutos a meia hora. De acordo com o reumatologista e médico intensivista Dr. José Roberto Pereira Santos, no entender da Medicina o sonambulismo é tratado como uma parassonia, que é um fenômeno físico que acompanha o sono. Ela pode envolver atividade muscular esquelética ou mudanças do sistema nervoso autônomo, ou ambas. Do ponto de vista espiritual, o Dr. Santos diz que o sonambulismo “é um estado de independência do espírito (emancipação da alma), mais completo do que no sonho, estado em que maior amplitude adquirem suas faculdades. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito.”, como explica ‘O Livro dos Espíritos’, de Allan Kardec. Por que o sonâmbulo não se lembra do que fez? Quando a pessoa sonâmbula acorda, seja logo depois do episódio ou pela manhã, ela não tem a lembrança do que aconteceu. “Tal fato”, diz o Dr. Santos, “não tem uma explicação satisfatória pela ciência médica.” Mas ele ressalta que, de acordo com os esclarecimentos da Doutrina Espírita, no sonambulismo o espírito está na posse plena de si mesmo. Os órgãos materiais, achando-se de certa forma em estado de catalepsia, deixam de receber as impressões exteriores. (‘O Livro dos Espíritos’, questão 425). O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. (‘O Livro dos Médiuns’, item 172). No sonambulismo, portanto, o cérebro físico não é envolvido nas percepções do episódio. Quem percebe é o corpo espiritual, e é uma percepção bem mais ampliada do que no sonho, em que as percepções têm a participação do cérebro físico. Como não há registro cerebral das impressões, o indivíduo não se recorda de nada, ao acordar.”, conclui o Dr. Santos. O sonambulismo não deve ser confundido com a atividade mediúnica, porque “o sonâmbulo age sob a influência do seu próprio espírito e exprime o seu próprio pensamento, enquanto o médium inconsciente exprime o pensamento de outrem, ou seja, é instrumento de uma inteligência estranha.”, afirma o Dr. Santos. Segundo ‘O Livro dos Médiuns’, o espírito que se comunica com um médium também pode estabelecer uma comunicação com um sonâmbulo. Por isso é que muitos sonâmbulos veem perfeitamente os espíritos e os descrevem com tanta precisão quanto os médiuns videntes. Podem inclusive conversar com eles e transmitir-nos seus pensamentos. “Nesse caso, pode-se considerar o sonambulismo como uma variedade da faculdade mediúnica, mas não uma mediunidade inconsciente”, explica o Dr. Santos. Fonte:AME-Brasil

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