19/03/2023

As mãos do meu Avô

Meu avô, com noventa e tantos anos, estava sentado no banco do jardim. Estava cabisbaixo, quieto, olhando para as suas mãos. Sentei-me ao seu lado, e no seu silêncio nem notou a minha presença. O tempo passava... Querendo saber se ele estava bem lhe perguntei como se sentia. Levantou sua cabeça, olhou para mim e sorriu. -Estou bem, respondeu. E me fez uma pergunta: -Alguma vez já olhaste as tuas mãos? Quero dizer, realmente olhou para elas? Fiquei calada pela surpresa daquela pergunta, e ele continuou: -Pare e pense um momento sobre como tuas mãos tem te servido através dos anos... Estas mãos, ainda enrugadas, secas e débeis, tem sido as ferramentas que usei durante toda a minha vida para alcançar, pegar e envolver. Elas puseram comida em minha boca e roupa em meu corpo. Quando criança, minha mãe me ensinou a junta-las em oração. Elas amarraram os cadarços dos meus sapatos e me ajudaram a calçar as minhas botas. Estiveram sujas, esfoladas, ásperas,entrelaçadas e dobradas... Foram decoradas com uma aliança e mostraram ao mundo que estava casado e que amava alguém muito especial. Estas mãos tem as marcas de onde estive e a dureza da minha vida. Mas, o mais importante, é que são estas mãos que Deus tomará nas Suas quando me levar à Sua presença... Desde então, depois daquela tarde nunca mais vi minhas mãos da mesma maneira... Autor desconhecido

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