20/08/2023

Osho: Uma história famosa



Certa noite, um grande filósofo alemão, o professor Von Kochenbach, viu duas portas num sonho: uma que conduzia diretamente ao amor e ao paraíso e outra que levava a um auditório onde se fazia uma palestra sobre o amor e o paraíso. Não houve nenhuma hesitação da parte de Von Kochenbach – ele voou para ouvir a palestra.

A história faz sentido. É fictícia, mas não tão fictícia assim. Ela representa a mente humana: a mente está mais interessada no conhecimento do que na sabedoria, está mais interessada em informação do que em transformação. Ela está mais interessada em saber sobre a beleza, a verdade e o amor do que em sentir a beleza, a verdade e o amor.

Na superfície parece lógico: primeiro a pessoa tem de se familiarizar com o que é o paraíso; somente então, ela pode entrar no paraíso. Primeiro você tem de ter um mapa. Isso parece lógico, mas ainda assim é estúpido: lógico somente na aparência, mas no fundo completamente não-inteligente.

O amor não precisa que você tenha informação sobre ele, porque ele não é uma coisa externa a você, ele é o próprio âmago do seu ser. Você já o tem, você tem somente de permitir que ele flua. O paraíso não está em algum lugar lá fora, de modo que você precise de algum mapa para chegar lá. Você está no paraíso, só que caiu no sono. Tudo o que é preciso é um despertar.

O despertar pode ser imediato, o despertar pode ser repentino – na verdade, o despertar só pode ser repentino. Quando você acorda alguém, a pessoa não acorda devagar, devagarzinho, em partes, gradualmente. Ela não fica dez por cento acordada, então vinte, depois trinta, depois quarenta, noventa e nove vírgula nove e, então, cem por cento – não. Quando você sacode uma pessoa dormindo, ela acorda imediatamente. Ou a pessoa está dormindo ou está acordada; não há nenhum entremeio.

Mas as pessoas ficam presas às palavras – palavras que são vazias, palavras que não carregam nenhum sentido, palavras que não têm nenhum significado, palavras que têm sido proferidas por pessoas que são tão ignorantes quanto você. Talvez elas sejam instruídas, mas a instrução não dissipa a ignorância. Saber sobre a luz não vai dissipar a escuridão. Você pode saber tudo o que esteja disponível no mundo sobre a luz; você pode ter uma biblioteca na sua sala, composta apenas de livros sobre a luz, e ainda assim toda a biblioteca não será capaz de dissipar a escuridão. Para dispersar a escuridão, você precisará de uma pequena vela – isso fará o milagre.

Fonte:Portal da Leitura

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