14/09/2024

Síndrome da Cabeça Explosiva


Dormir é um momento de paz e tranquilidade, no qual fechamos os olhos e esquecemos um pouco dos problemas, dando ao corpo e à mente uma oportunidade de se recomporem para o dia seguinte. Agora imagine se o sono fosse interrompido por uma grande explosão. É o que acontece com as pessoas que sofrem de Síndrome da Cabeça Explosiva.

Apesar de ser um distúrbio do sono relativamente inofensivo, a EHS (sigla em inglês para Exploding Head Syndrome) tem grande impacto na qualidade do sono de uma pessoa e isso sim pode trazer dores de cabeça.

O que é a Síndrome da Cabeça Explosiva

A Síndrome da Cabeça Explosiva é um distúrbio do sono do tipo parassonia sensorial, ou seja, uma experiência pouco comum que acontece enquanto uma pessoa dorme. Ela é caracterizada pela sensação de ouvir um barulho muito alto, similar a uma explosão, durante o ciclo vigília-sono.

Existem relatos também de pessoas que enxergam junto flashes de luz, que dizem que o barulho se assemelha a um tiro ou a um trovão, que passam por uma contração muscular ou até mesmo que sentem uma espécie de descarga elétrica. Em todo caso, leva o nome de Síndrome da Cabeça Explosiva.

Apesar de durar, na maioria das vezes, menos de um segundo, o episódio gera muito estresse nas pessoas. Esse estresse é ainda mais intenso dado o momento em que o ruído acontece, que é quando estamos ainda transitando entre os estados dormindo e acordado, seja no começo ou no fim da noite. É algo tão intenso que faz a pessoa ficar alerta e ter dificuldades para voltar a dormir. 

A EHS não tem nenhuma dor associada, mas pode ser assustadora e gatilho para uma crise de ansiedade.

Apesar de ter sido documentada pela primeira vez 150 anos atrás, a Síndrome da Cabeça Explosiva ainda é bastante desconhecida, inclusive por médicos, o que faz com que a sua natureza benigna não seja divulgada, aumentando ainda mais o susto de quem passa por ela, que acaba desconfiando de algo muito mais grave, como um derrame. 

Não existe também para a EHS uma periodicidade padrão. Alguns pacientes relatam que já tiveram mais de um episódio por noite. Outros podem passar vários dias seguidos com um episódio e depois atravessar meses sem nenhum. 

O que causa a EHS

Ao contrário de distúrbios do sono descobertos muito tempo depois, a etiologia (ou origem da causa) da Síndrome da Cabeça Explosiva ainda não foi determinada de maneira contundente pelos estudiosos. 

Há sete hipóteses consideradas as mais prováveis, isoladamente ou associadas:

– Um atraso na redução da atividade da formação reticular durante o ciclo de vigília-sono, resultando em um aumento da atividade nos neurônios aferentes (ou sensoriais).

– Convulsões temporárias no lobo temporal. 

– Patologias na região do ouvido, como a ruptura da janela do vestíbulo ou um movimento abrupto e involuntário do tímpano.

– Alterações na percepção de estímulos visuais ou auditivos.

– Enxaqueca precedida de aura (pontos luminosos ou embaçamento dos limites do campo de visão).

– Efeito colateral da retirada repentina de inibidores seletivos da recaptação da serotonina.

– Uma mutação genética que leva a uma disfunção transitória dos canais de cálcio.

Na questão de gênero, mulheres têm uma tendência levemente maior de apresentar quadros de Síndrome da Cabeça Explosiva, casando com a sua maior propensão também a casos de insônia. Não há, porém, um recorte de idade para a EHS, que tem casos reportados de crianças a idosos. 

O diagnóstico de paralisia do sono também é considerado um fator de risco para EHS. 

Fonte: persono.com.br

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