Dormir é um momento de paz e tranquilidade, no qual fechamos os olhos e esquecemos um pouco dos problemas, dando ao corpo e à mente uma oportunidade de se recomporem para o dia seguinte. Agora imagine se o sono fosse interrompido por uma grande explosão. É o que acontece com as pessoas que sofrem de Síndrome da Cabeça Explosiva.
Apesar de ser um distúrbio do sono relativamente inofensivo, a EHS (sigla em inglês para Exploding Head Syndrome) tem grande impacto na qualidade do sono de uma pessoa e isso sim pode trazer dores de cabeça.
O que é a Síndrome da Cabeça Explosiva
A Síndrome da Cabeça Explosiva é um distúrbio do sono do tipo parassonia sensorial, ou seja, uma experiência pouco comum que acontece enquanto uma pessoa dorme. Ela é caracterizada pela sensação de ouvir um barulho muito alto, similar a uma explosão, durante o ciclo vigília-sono.
Existem relatos também de pessoas que enxergam junto flashes de luz, que dizem que o barulho se assemelha a um tiro ou a um trovão, que passam por uma contração muscular ou até mesmo que sentem uma espécie de descarga elétrica. Em todo caso, leva o nome de Síndrome da Cabeça Explosiva.
Apesar de durar, na maioria das vezes, menos de um segundo, o episódio gera muito estresse nas pessoas. Esse estresse é ainda mais intenso dado o momento em que o ruído acontece, que é quando estamos ainda transitando entre os estados dormindo e acordado, seja no começo ou no fim da noite. É algo tão intenso que faz a pessoa ficar alerta e ter dificuldades para voltar a dormir.
A EHS não tem nenhuma dor associada, mas pode ser assustadora e gatilho para uma crise de ansiedade.
Apesar de ter sido documentada pela primeira vez 150 anos atrás, a Síndrome da Cabeça Explosiva ainda é bastante desconhecida, inclusive por médicos, o que faz com que a sua natureza benigna não seja divulgada, aumentando ainda mais o susto de quem passa por ela, que acaba desconfiando de algo muito mais grave, como um derrame.
Não existe também para a EHS uma periodicidade padrão. Alguns pacientes relatam que já tiveram mais de um episódio por noite. Outros podem passar vários dias seguidos com um episódio e depois atravessar meses sem nenhum.
O que causa a EHS
Ao contrário de distúrbios do sono descobertos muito tempo depois, a etiologia (ou origem da causa) da Síndrome da Cabeça Explosiva ainda não foi determinada de maneira contundente pelos estudiosos.
Há sete hipóteses consideradas as mais prováveis, isoladamente ou associadas:
– Um atraso na redução da atividade da formação reticular durante o ciclo de vigília-sono, resultando em um aumento da atividade nos neurônios aferentes (ou sensoriais).
– Convulsões temporárias no lobo temporal.
– Patologias na região do ouvido, como a ruptura da janela do vestíbulo ou um movimento abrupto e involuntário do tímpano.
– Alterações na percepção de estímulos visuais ou auditivos.
– Enxaqueca precedida de aura (pontos luminosos ou embaçamento dos limites do campo de visão).
– Efeito colateral da retirada repentina de inibidores seletivos da recaptação da serotonina.
– Uma mutação genética que leva a uma disfunção transitória dos canais de cálcio.
Na questão de gênero, mulheres têm uma tendência levemente maior de apresentar quadros de Síndrome da Cabeça Explosiva, casando com a sua maior propensão também a casos de insônia. Não há, porém, um recorte de idade para a EHS, que tem casos reportados de crianças a idosos.
O diagnóstico de paralisia do sono também é considerado um fator de risco para EHS.
Fonte: persono.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário