27/05/2023

A dependência emocional: fato ou prisão?

Todos somos dependentes. O somos desde o momento em que as nossas vidas começam. O somos no ventre das nossas mães, nos nossos primeiros choros, nas primeiras quedas, durante as primeiras viagens por mundos desconhecidos. O somos no setor prático e no setor emocional. Precisamos que os outros façam atividades por nós, ou que ao menos nos deem algumas indicações para sabermos fazê-las. Também precisamos dos outros porque somos seres sociais e, acima de tudo, emocionais. Assim, somos necessariamente vítimas da dependência emocional?

Não há nada que possa causar tamanho turbilhão de emoções como um ser humano. Pense no primeiro beijo, em um reencontro de anos de separação, em um abraço que finalmente acalma. Respire, respiro, respiramos.

Quando superamos a adolescência, depois de tentar conquistar nossa independência, geralmente percebemos que isso não é possível, além de ser uma utopia que não precisa necessariamente ser boa, porque as nossas necessidades primárias não respondem necessariamente a ela. Pense no amor, no carinho, até mesmo nos encontros ou desencontros.

A dependência emocional: fato ou prisão?

Então, se a dependência emocional é natural, por que na psicologia é um ogro a ser banido? Em parte porque a psicologia não deixa de beber das correntes sociais e estas são cada vez mais individualistas. Em parte porque essa dependência se torna negativa quando se fixa em uma pessoa concreta que não somos nós. Quando damos à outra pessoa a responsabilidade de lidar com os caprichos e os desejos da criança e do jovem que carregamos dentro de nós, e pensamos que ela é insubstituível.

A pessoa dependente faz sofrer… e sofre

De uma forma ou de outra, para o dependente, sua própria dependência costuma ser uma tortura. Se ele é vítima de alguma coisa, é de ter confiado seu destino e suas esperanças a alguém. Isso o obriga a se imolar para que esse alguém não se vá, porque realmente sente que, se essa pessoa for embora, perderá sua vida. Muitas de suas frases são uma manipulação, mas por baixo delas existe um sofrimento que é real.

Infelizmente, a dependência emocional é algo difícil de admitir. A ela estão associados rótulos como os de pouco valor, fraqueza de personalidade e até mesmo incapacidade intelectual. No entanto, identificar essa dependência é o primeiro passo para reedificá-la e entender que, embora nossas necessidades sejam únicas, as pessoas que as podem satisfazer são várias, e além disso, normalmente de formas muito diferentes.

Fonte: amenteemaravilhosa.com




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