28/05/2023

O que nos motiva a fugir da realidade?

Encarar os problemas de frente é uma tarefa difícil que exige, entre algumas características, maturidade e resiliência. Nem todos possuem a força necessária para lidar com os obstáculos que surgem e acabam desviando a atenção deles.

Essa mudança de foco pode levar ao esquecimento momentâneo dos problemas, mas não à resolução deles. Ansiedade e fuga andam juntas: Como é difícil lidar com o imprevisível! A necessidade de controlar as situações pode levar, facilmente, à ansiedade que também é conhecida como: excesso de futuro.

Para frear essa desagradável sensação as pessoas recorrem, comumente, ao consumo de drogas, álcool, abuso alimentar, entre outros mecanismos compensatórios. Também é preciso estar atento à realização de atividades que não são nocivas, porém quando praticadas em excesso podem representar uma fuga como, por exemplo, trabalhar compulsivamente – o famoso ‘workaholic’.

Fugir da rotina é necessário!

As mudanças são essenciais para estimular o sistema cognitivo e evitar o desgaste emocional do dia a dia. Aprender coisas novas é importante para manter o cérebro ativo e saudável.

Praticar um esporte, mudar o trajeto até o trabalho, ler, aprender um instrumento, são alguns exemplos de atividades que produzem um efeito renovador para o indivíduo encarar a rotina com mais leveza.

O equilíbrio entre a fuga da rotina e as atividades necessárias do cotidiano podem promover alívio e bem-estar mental.

A fuga da realidade na Esquizofrenia:

A esquizofrenia trata-se de um transtorno mental com a presença de surtos que caracterizam-se pela substituição do mundo real por alucinações e delírios.

O indivíduo esquizofrênico apresenta, entre outros sintomas, apatia e mania de perseguição. Isso pode levá-lo ao isolamento social, desinteresse pelas atividades cotidianas e elaboração de fantasias na tentativa de resgatar momentos felizes e fugir da realidade.

Além do tratamento medicamentoso, o acompanhamento psicológico desses pacientes é fundamental para que os fatores desencadeantes dos surtos sejam identificados e, assim, amenizados ao longo do tempo.

O que é a ‘Fuga ou amnésia dissociativa’?

Considerada uma forma rara de amnésia, na fuga dissociativa a pessoa apresenta uma perda de memória que pode durar horas ou dias e até confusão com a própria identidade.

De origem psicogênica, pode surgir de um evento traumático, como uma experiência de guerra, por exemplo.

Não existe um medicamento específico para esse tipo de transtorno, porém a psicoterapia pode auxiliar o paciente a lidar com as emoções desagradáveis e amenizar a evolução de casos graves.


Conclusão: lidar com as incertezas da vida e não fugir da realidade

Há dias que sustentar a realidade é uma tarefa muito difícil e o ato de fugir do enfrentamento dos problemas pode ser um sinal de debilidade emocional e imaturidade.

Lidar com as inseguranças da vida requer uma base educacional e cultural que, desafortunadamente, está cada vez menos valorizada na atualidade, conforme alguns especialistas. Do vazio interior, decorrente dessa falta de alicerce, surgem os vícios na tentativa de preenchê-lo.

É importante que a pessoa tenha consciência de que a incerteza faz parte do processo e não é possível controlar tudo. Quando o dia a dia é encarado com mais objetividade e realismo há menor espaço para frustrações diante dos imprevistos da vida.

Artigo escrito por STELA MARIS

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