Não discutir espiritualidade em medicina sinaliza desatualização científica e, portanto, limitação na qualidade assistencial prestada aos pacientes.
A espiritualidade pode, de fato, auxiliar no tratamento de pacientes? Sim, pois saúde e doença envolvem determinantes físicos, mentais, sociais e espirituais. É o que explica o professor Álvaro Avezum
“Espiritualidade é uma ciência e, consequentemente, alinhada com a ciência médica. Muitas vezes ocorre desconhecimento científico ou confusão com outros termos, por exemplo, religião e religiosidade. Não discutir espiritualidade em medicina sinaliza desatualização científica e, portanto, limitação na qualidade assistencial prestada aos pacientes”, explica.
Por isso, é importante diferenciar os termos. Religião é um sistema organizado de crenças, práticas, dogmas e símbolos destinados a facilitar a proximidade com o transcendente. Religiosidade é o quanto o indivíduo acredita, segue e pratica uma religião. Já espiritualidade é o conjunto de valores morais, mentais e emocionais que norteiam pensamentos, comportamentos e atitudes nas circunstâncias de relacionamento intra e interpessoal, passível de observação e mensuração.
A espiritualidade lida com o enfrentamento das situações adversas do cotidiano e, dentro deste enfrentamento, pode-se utilizar sentimentos edificantes (virtudes) ou não edificantes. “Se por meio de reflexão profunda sobre a própria vida, ações, reações e relacionamento interpessoal, a pessoa decide tolerar, ser paciente, compassiva ou perdoar, podemos denominar esta estratégia de enfrentamento positivo. A ciência médica mensura este enfrentamento e promove intervenções baseadas em espiritualidade”
Fonte : Álvaro Avezum - Cardiologista
Presidente do Departamento de Espiritualidade e Medicina Cardiovascular (DEMCA) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
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