Tudo o que me incomoda no outro, na verdade existe em mim e só me incomoda porque é um reflexo do que há em mim. O outro serve como um espelho para o que não queremos enxergar e assumir em nós mesmos.
Pode ser difícil encarar essa verdade; por outro lado, pode ser uma forma de encontrar uma solução.
Ver em nós a razão que nos leva a ficar irritados, magoados ou desequilibrados com o outro que demonstra, é uma tarefa árdua porque exige uma análise verdadeira e um olhar sincero para se despir do orgulho e enfrentar nossos monstros internos.
Entretanto, essa é a única maneira real de lidar com o que nos incomoda: partindo para a ação atuando em nosso mundo e não no do outro.
Ao invés de achar que o outro é culpado, olhar para si mesmo e perceber o que você faz que alimenta aquela situação. Qual a sua responsabilidade em cada situação que você vive? Especialmente, nas que te trazem desconforto ou incomodidade?
Muitas vezes, você pode descobrir que pequenos posicionamentos e mudanças de pensamentos podem resolver o problema.
Muitas vezes, você pode descobrir que pequenos posicionamentos e mudanças de pensamentos podem resolver o problema.
O que você vê no outro é sempre um reflexo seu, porque só te incomoda no outro o que tem ressonância em você.
Isso acontece em função da projeção psicológica que é um mecanismo de defesa por meio do qual atribuímos a outras pessoas nossos sentimentos, pensamentos, crenças ou até mesmo ações próprias que são inaceitáveis para nós. Esse mecanismo começa atuar durante experiências que nos trazem algum tipo de conflito emocional, ou nos momentos em que nos sentimentos ameaçados, tanto interiormente quando exteriormente. Quando nossa mente entende que existe uma ameaça para nossa integridade tanto física quanto emocional, esta emite um sinal de rejeição para o exterior, projetando essas características e atribuindo as mesmas a um objeto ou sujeito externo que não nós mesmos.
Nossa própria realidade é projetada para o exterior!
Isso torna tão fácil culpar os outros delegar toda a responsabilidade, trazendo por um momento um certo alívio pela isenção de culpa. Mas isso dura o curto período até você se deparar com aquela pessoa ou situação novamente. O espelho continua a refletir o seu interior, enquanto você não ousar modificá-lo.
Funciona assim: imagine-se olhando para um espelho e se sentindo incomodado com a cor dos seus cabelos. Onde você deve aplicar a tinta? No reflexo ou em você?
Estar consciente de que tudo o que nos incomoda no outro é um reflexo de algo que existe em nós, nos devolve o poder de atuação.
Eu posso modificar a mim e mudar o reflexo que encontro por ai, mas não posso modificar o outro. Mas enquanto eu culpabilizar o outro, não há nada que eu possa fazer.
A boa notícia é que isso funciona para coisas positivas também, você só consegue reconhecer no outro aquilo que você conhece. Então, se você reconhece valores, atitudes positivas, comportamentos assertivos e outras coisas boas em alguém é porque tudo isso existe em você.
Por isso trabalhe em duas frentes:
1 – identifique, avalie e transforme em você o que te incomoda no outro;
2 – aumente seu foco no positivo para aumentar seu nível de satisfação em relação a pessoas e situações.
Ninguém é tão errado que te isente de culpa e não existe situação tão negativa que não se possa ver ao menos um ponto positivo ou de aprendizado. Use tudo como um grande espelho para transformar em você o que precisa ser trabalhado ao seu redor.
Não importa a situação, sua responsabilidade sempre estará presente assim como o seu poder de solução.
Manuela Duarte
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