O primeiro dos 12 trabalhos de Hércules talvez seja o mais emblemático, aquele em que ele estrangula o leão de Neméia.
Na saga que é a dele, a primeira tarefa consistia em matar esse enorme animal.
Depois de descobrir que a pele da fera era invulnerável às flechas, ele vai enfrentá-lo usando uma maça (porrete bem grande) feita de madeira de oliveira.
Atinge o leão e depois o sufoca com as mãos.
Em seguida, ele o leva para fora da caverna onde estavam e só então percebe quão grande ele era.
Olha bem nos olhos do animal e se dá conta que não vê nada – ele havia vencido a si mesmo e a seu próprio orgulho.
Arranca então a pele do leão e passa a usá-la como um manto, que o torna indestrutível.
Usa também a cabeça da fera, para nunca se esquecer que a força deve superar a Razão (bom,no caso dele…).
Simbolicamente, esse mito fala da luta constante para vencer nossa fera interior e, ao mesmo tempo, do cuidado para preservar nosso instinto vital.
O leão é o rei dos animais, selvagem e egocêntrico – o princípio infantil.
Por isso, a cada vez que o derrotamos e vestimos sua pele, nos protegemos com uma couraça contra a opinião alheia.
O outro lado da moeda é que ela representa o egocentrismo, a dificuldade de lidar com a raiva e a frustração, quando não conseguimos o que queremos e ficamos com o orgulho ferido.
Marly Peres
Nenhum comentário:
Postar um comentário