A síndrome da “boa pessoa” (ou o complexo do Salvador) é um conjunto de sinais que detectam uma disfunção de comportamento, caracterizado por uma forte necessidade em querer salvar o outro dos seus próprios problemas.
Uma pessoa que transporta essa síndrome procura ser útil ao outro, prestativo/a, atencioso/a, olhando sempre pelos interesses alheios, pronto para ajudar quem necessita, simpáticos (por vezes, em excesso), extremamente tolerantes, por norma disponíveis incondicionalmente em ouvir o sofrimento dos outros, pronto a substituir o lugar da outra pessoa no trabalho ou na família, mesmo que essa ajuda implique a afastamento das responsabilidades consigo própria.
No seu sistema psíquico inconsciente, há uma confusão ontológica entre:
– DESEJO DE AGRADAR VERSUS DAR AMOR. –
Em suma, alguém que está nesta síndrome procura ser uma boa pessoa, sendo refém dessa imagem que quer transmitir aos outros. Por sua vez, um salvador procura sempre náufragos emocionais para validar a sua necessidade em querer salvar.
Um salvador quando não encontra vítimas perde a sua utilidade. Com isso, observa-se com frequência um salvador rodeado de relacionamentos tóxicos.
Na realidade, por detrás desta síndrome, há uma faceta emocional oculta e dolorosa que o seu Ego procura reprimir ao máximo. Alguém que se assume que tem por missão querer ajudar e salvar o mundo, anulando-se a si mesmo, nada mais está na necessidade emocional em querer agradar o outro e, com isso recebe em troca ingredientes emocionais vitais que lhe estão em falta como:
VALOR, RECONHECIMENTO, ATENÇÃO, ETC…
Embora se autoproclame como sendo uma “boa pessoa” que se sacrifica pelo bem-estar do outro, essa estratégia serve somente para ocultar um sentimento de culpa inconsciente que resiste em reconhecer.
Quando opta por pensar em si mesma, descobre que o mundo a traiu e, tudo que faça na sua boa intenção é perdido e não recebe o que merece. Anseia inconscientemente pelo reconhecimento do outro.
“Eu ando a ajudar todo mundo e, no fundo, acabo por apanhar com tudo em cima de mim”;
“Eu sou boa pessoa, ajudo toda a gente e a vida tem sido ingrata comigo”;
“Como é possível a minha vida não andar para a frente se eu faço tudo pelas pessoas que estão a minha volta?”
Caso estes sejam os pensamentos que lhe atravessam na mente no momento em que os seus relacionamentos não funcionam como deviam, estamos perante a presença dessa Síndrome, sendo necessária ser reconhecida.
Fonte: Psicologia Moderna Integrativa
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