24/05/2025

BEBÊS


Cuidar de bebês reborn como se fossem crianças reais não é uma simples excentricidade ou um hobby inocente. É um comportamento que aponta para uma **fragilidade emocional profunda**, e, muitas vezes, para um **quadro psicopatológico que merece atenção clínica séria**.

As notícias e estudos recentes mostram que essa prática é muito mais do que um modismo bizarro: é uma forma de **fuga da realidade** que pode esconder transtornos como luto patológico, dissociação ou mesmo quadros psicóticos. Muitas vezes, esse apego extremo a bonecos que não têm vida pode funcionar como um processo dissociativo, em que o indivíduo se distancia da realidade por meio de sintomas como despersonalização, sensação de irrealidade e regressão a um estado psicológico infantil para evitar traumas ou sofrimentos presentes.

Em casos mais graves, o vínculo com o bebê reborn pode indicar a presença de transtornos psicóticos, como delírios de maternidade, em que a pessoa acredita que o boneco é um ser vivo, configurando uma ruptura com a realidade típica de esquizofrenia ou transtornos delirantes persistentes.

Além disso, esse comportamento pode também estar relacionado a transtornos de ansiedade e depressão, em que o cuidado com o reborn se torna uma forma disfuncional de lidar com a solidão profunda, a carência afetiva e o medo, ao mesmo tempo que pode levar ao isolamento social e agravar ainda mais o sofrimento mental.

Não raro, características de transtornos de personalidade, como traços obsessivos ou dependentes, favorecem a fixação em relações simbólicas substitutivas como essa, afastando a pessoa de relações interpessoais reais e contribuindo para um quadro de sofrimento prolongado.

Além disso, a popularização dessa prática pelas redes sociais potencializa o fenômeno, criando um ambiente que pode reforçar a negação da realidade e dificultar o reconhecimento do problema. Não é raro ver relatos de pessoas que deixam suas vidas sociais, relacionamentos e até a própria saúde de lado para se dedicarem integralmente a esses bonecos. Isso não é saudável nem natural, é **um sinal claro de descompensação mental**.

Romantizar ou minimizar esse comportamento como “apenas uma forma de amar diferente” é um erro grave que impede a compreensão da verdadeira gravidade do quadro. É necessário enxergar com clareza: essa prática pode ser sintoma de sofrimento intenso, e ignorá-la é negligenciar a saúde mental dessas pessoas.

Por fim, cabe à psicologia e à psiquiatria não só identificar, mas intervir de forma efetiva para que essas pessoas possam retomar o contato com a realidade, superar seus traumas e reconstruir relações humanas reais.

Luz e Consciência 

7 comentários:

  1. Assunto do momento. Caso para a psicologia e à psiquiatria . Bom final de semana Mago. Abraço.
    Criados para preencher o vazio de corações solitários
    Mas até quando serão suficientes
    Para suprir a falta de amor?

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    1. Saudações Lúcia
      Excelente as colocações.
      Falta de amor: a raiz de nossos problemas.
      Gratidão por estar aqui!

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  2. Vc. melhor do que ninguém sabé o significado dessa loucura.

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    1. Olá amiga
      Vivemos tempos em que a linha entre realidade e fantasia parece cada vez mais tênue.
      Em um mundo cada vez mais propenso a confundir fantasia com realidade, é urgente resgatar a importância do enfrentamento das dificuldades reais e do cultivo de relações humanas genuínas.
      O desafio está em reconhecer e tratar as carências emocionais sem recorrer a substituições que, embora confortantes, não oferecem as soluções necessárias para uma vida plena e saudável.
      Falta AMOR!
      Abraço

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    2. Depois da Covid as pessoas ficaram diferentes.

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  3. A coisa é mais séria do que imaginava, como comentei, o universo está captando a mensagem dada por esses lunáticos.

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