Ao longo da vida, fragmentos do que somos acabam esquecidos. Algumas partes se perdem nas dores da infância, nas exigências da sociedade, nas máscaras que aprendemos a vestir para sobreviver. E, aos poucos, nos afastamos do que há de mais genuíno em nós: nosso Eu autêntico.
Mas ele nunca desaparece. Está lá, silenciado sob camadas de experiências mal digeridas, crenças limitantes e memórias reprimidas. Desvelá-lo é um ato de coragem, e a hipnose com regressão terapêutica pode ser uma poderosa ferramenta nesse processo de resgate.
Durante o estado alterado de consciência induzido pela hipnose, é possível acessar conteúdos guardados no subconsciente — vivências que, embora esquecidas racionalmente, ainda influenciam nossas escolhas, emoções e bloqueios. Ao revisitar essas experiências por meio da regressão, o indivíduo pode compreender narrativas internas que mantinham a dor ativa, identificando os momentos em que deixou de se sentir suficiente, seguro ou livre para ser quem realmente é.
Esse processo não é sobre reviver traumas passivamente, mas sobre integrar o passado com compaixão e maturidade. A regressão permite enxergar com clareza as origens de padrões destrutivos e, ao fazer isso, transformá-los. Cada parte resgatada e acolhida é uma peça que retorna ao mosaico do ser, restaurando a força e a autenticidade esquecidas.
Reconstruir o Eu autêntico não é voltar ao que fomos, mas permitir que todas as versões da nossa história coexistam de forma harmoniosa dentro de nós. Quando a dor deixa de ser inimiga e se torna instrutora, o caminho se abre para um viver mais leve, verdadeiro e empoderado.
Porque ser inteiro é, antes de tudo, aceitar-se como múltiplo — e permitir que a verdade interior seja novamente ouvida.
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