As pessoas querem curar-se, atenuar seus sintomas rapidamente, mas a aventura do auto-conhecimento pode ser lenta. Sem espaço para agir e sem condições de modificar situações que as incomodam, a reação é a contração física. O caminho mais fácil para preencher esse vazio interior que toma conta das pessoas, o vazio que causa ansiedade, seria, então, a pílula mágica que auxilia a amenizar seus relacionamentos interpessoais.
Ter um antidepressivo guardado na carteira já é sinal de status. Um bom ansiolítico e um hipnótico eficaz são objetos de consumo que não devem ser esquecidos na despesa do mês.
As pessoas não toleram a depressão em si e nos outros, na nossa sociedade os indivíduos são conduzidos a mover-se, fazer coisas, a tomar decisões, a agir, e quem fica sozinho num canto é visto com restrições. É curioso notar que a forma de considerarmos a doença "bipolar" em que existe um pólo maníaco e outro depressivo, obedece a uma determinação social. O maníaco é mais aceito pelas sociedades competitivas do que o depressivo. O sujeito que diz que vai construir um prédio de 500 andares ou que dentro de um ano terá um milhão, é tido como empreendedor, mas se alguém fica quieto, pensativo, não faltará quem diga que ele não está bem que deve tomar alguma providência. Daí surge o sucesso das drogas. Os dois são desequilíbrios do encontro consigo mesmo.
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