Possessão, de ordem espiritual, consiste num fenômeno pelo qual um Espírito toma a posse temporária do organismo físico de um encarnado, que então passa a agir conforme a vontade do possessor, cuja intenção primordial é se manifestar no mundo material e interagir com as coisas físicas.
Essa dominação física pode ser consensual, como resultado da ação de um Espírito geralmente bom e familiar, com a intenção de produzir uma manifestação mediúnica mais impressionante; por outro lado, pode se tratar de um assédio de um Espírito mau, caracterizando tal possessão como uma obsessão, do tipo grave de uma subjugação, a que o obsediado — sem força para resistir ao ataque — é constrangido a emprestar seu corpo material, que então passa a ser manipulado conforme a vontade do obsessor.
A possessão é sempre temporária e intermitente: o Espírito possessor se enlaça ao possesso para manipulá-lo fisicamente, sem que este abandone seu corpo. A ideia de possessão está associada a diversas crenças e folclores, tal como a lenda da possessão demoníaca, contra a qual a tradição propõe o ritual do exorcismo.
A codificação espírita aborda este tema, definindo e exemplificando casos desse gênero; além disso, em se tratando de possessões obsessivas, o Espiritismo recomenda, como prevenção e tratamento, atuar sobre o autor do mal, pela conscientização dos valores espirituais, e ao mesmo tempo pelo fortalecimento moral do assediado.
Ao demonstrar a existência, as causas possíveis e sua remediação, a Doutrina Espírita então contribui positivamente com a medicina convencional, que reconhece o estado de possessão, mas ignora o agente causal: o ser espiritual possessor.
Na tradição popular, a possessão é o fenômeno que ocorre quando uma pessoa está corporal e mentalmente sob a posse de uma entidade espiritual má, de modo como se um Espírito “entrasse” no corpo da vítima e passasse a dominar direta e integralmente o seu organismo material, na ideia de que um invasor tome o corpo do encarnado. Para certas pessoas, esse tipo de fenômeno ocorre por ação do demônio, donde se diz que o possuído está “endemoniado” ou “endiabrado”, tomado por Satanás ou por um de seus séquitos.
Vários casos de suposta possessão já foram reportados, pelo que a cultura em geral estabeleceu os traços característicos de tal manifestação, por exemplo, como uma crise psíquica mais ou menos demorada marcada pela mudança abrupta e de forte intensidade no comportamento da pessoa dita “possuída”, em geral levada a um estado de agitação e até de extrema agressividade, verbal e física, tanto contra si quanto contra terceiros, inclusive blasfêmia contra as virtudes e contra elementos religiosos; igualmente é comum a descrição de alteração no aspecto fisionômico, na entonação da voz e glossolalia (fala desconexa ou em uma língua desconhecida) ou xenoglossia (fala numa língua estrangeira que a pessoa não domina em estado normal); o aparecimento de manchas e machucados na pele; convulsões, desmaios e sufocamento, como que o possuído estivesse morrendo.
Conforme os relatos comuns, além do constrangimento moral e do choque emocional, semelhante crise costuma ser seguida de enfermidades físicas e distúrbios mentais, de efeitos breves ou por vezes muito prolongado, quando não irreversíveis.
Fonte:transtornodetranseepossessão.com
Foto: Representação gráfica de um processo obsessivo
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