08/11/2023

Ser mãe solteira ou mãe solo


Você enfrenta algum dilema pelo fato de ser mãe solteira? Ou ainda, talvez nem seja esse o seu caso, mas há alguém que faz parte do seu círculo de pessoas próximas que está enfrentando esse desafio?

Afinal de contas, o que é ser mãe solteira?

Ser mãe solteira é, em linhas gerais, construir uma família monoparental para criar uma criança totalmente ou majoritariamente sozinha.

Se uma mãe não é conhecida como mãe casada, mãe viúva ou mãe divorciada, por que existe a mãe solteira?

O termo é um tanto estranho porque diz respeito a dois estatutos diferentes que uma mulher pode assumir.

A mulher pode ser mãe ou não e pode ser solteira ou estar envolvida em um relacionamento. O estado civil e a maternidade são extensões distintas da vida de uma mulher, mas, idealmente, são vistas juntas.

Acontece que o padrão familiar socialmente aceitável exige da mulher que ela se envolva com o pai do seu filho e permaneça unida a ele. Geralmente, essa união se dá antes do nascimento da criança, por meio do casamento.

Sendo assim, uma família deveria ser constituída na seguinte ordem: o casal se conhece, se casa, tem filhos e permanece em união na hora de criá-los.

Contudo, nem tudo é tão simples quanto pede o padrão

A vida não acontece de acordo com o ideal. Não é de hoje que relacionamentos se desfazem por causa de traições, abusos, violência e abandono.

Há mulheres que são abandonadas antes mesmo de seus filhos nascerem, logo após sua concepção. Não podemos deixar de mencionar aquelas que escolheram dar continuidade à gravidez mesmo quando ela foi fruto de um estupro.

Além disso, é possível que os filhos sejam privados da convivência com um pai por motivos de força maior, como a morte ou a prisão desse homem.

Não podemos descartar também a história de mulheres que escolheram adotar crianças mesmo sem ter um parceiro. 

Em todos esses casos enxergamos uma mãe solteira, não é mesmo? Contudo, é estranho ver que o fato de ela ser solteira tem o mesmo peso que o fato de ela ser mãe. 

Ser solteira tem o mesmo peso que estar empregada?

É mesmo importante destacar a ausência de um marido ou namorado quando a mulher está exercendo a maternidade?

Por que será que outros aspectos da vida de uma mãe não são usados para denominá-la? O termo “mãe empregada”, por exemplo, não tem o mesmo peso que a presença ou a ausência de um pai na vida dos filhos de uma mulher. 

Contudo, o fato de uma mulher que cria uma criança sozinha ter um emprego fala sobre como ela é guerreira, competente e preocupada com o bem-estar de sua família. Isso não depende de ter uma pessoa ao lado dela ou não.

Ademais, vale lembrar que não é frequente que uma mulher ocupe o papel de mãe solteira por que ela quer. Assim sendo, o destaque para a nomenclatura que reforça seu estado civil mais parece uma forma de discriminação.

Contudo, podemos justificar essa necessidade de indicar o estado civil de uma mãe para reforçar a importância que uma família completa representa para uma criança.

A partir do que foi dito acima, não recrimina o fato de uma mulher escolher ser mãe solteira ou acabar precisando lidar com essa realidade.

Entende-se que a família é uma organização sistêmica e que cada pessoa que faz parte desse sistema tem seu lugar.

Isso vale tanto para as famílias consideradas socialmente aceitáveis quanto para as famílias monoparentais e as outras organizações familiares possíveis.

Assim sendo, ser mãe solteira não é feio e uma mulher jamais deve se sentir envergonhada pelo modo como ela conseguiu exercer sua maternidade. Afinal, apesar de ser solteira, ela é mãe. Estado civil e maternidade são coisas diferentes.

Esperamos que este conteúdo sobre ser mãe solteira tenha despertado ao menos uma reflexão mais empática com as mulheres que vivem uma realidade diferente do que a sociedade considera o padrão.

Como vimos, nem toda mulher tem a oportunidade de construir uma família como a do comercial de margarina. A vida se desenrola de maneiras diferentes para todos e cabe a cada um de nós lidar com ela da maneira como a recebemos.

Assim sendo, não cabe a discriminação de uma família de mãe e filho. Ademais, é válido questionar se é tão importante falar em ser mãe solteira mais do que ser uma mãe batalhadora.

Fonte: constelaçãoclinica.com

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