22/11/2023

Doenças de pele emocionais



Quando estamos com vergonha ou com raiva, ficamos vermelhos; quando há medo, a palidez toma conta da nossa pele. Esses exemplos nos mostram como a pele está diretamente ligada à expressão das emoções e, no caminho inverso, também pode sofrer as consequências de uma saúde mental que precisa de atenção.

E relação entre as emoções e a pele

A pele é o maior órgão do corpo humano. Reveste todo o nosso corpo e tem a função de proteger o corpo do ambiente externo, além de permitir que identifiquemos importantes sensações como dor, frio e calor.

Além de se comunicar diretamente com o sistema nervoso central, que leva informações ao cérebro, é feita do mesmo material embrionário do cérebro, o ectoderma. Ou seja, as relações entre as emoções – geradas no cérebro e não no coração – e a pele são intrínsecas.

Portanto, a pele pode ser diretamente afetada por questões emocionais, podendo variar o tipo e a intensidade de problema de pele de acordo com cada pessoa. Inclusive, de 30% a 50% de pessoas com doenças de pele possuem alguma queixa de saúde emocional.

As principais doenças de pele provocadas pelas emoções

Algumas doenças emocionais de pele são provocadas exclusivamente pelas reações à saúde emocional, enquanto outras estão latentes e podem aparecer através de momentos de grande estresse, tensão ou trauma. Isto quer dizer que as emoções têm tanto o poder de desenvolver uma doença de pele quanto de ser o gatilho para uma doença que já existia e precisava de uma brecha para aparecer ou se desenvolver.

Principais doenças de pele de ordem emocional:

Dermatite Atópica (eczema): semelhante a uma irritação na pele, o eczema se mostra como uma mancha vermelha que deixa a pele com um aspecto seco na região em que aparece. Geralmente é causada por irritação ou alergia, mas pode surgir por estresse e tensão.

Queda de cabelos: a perda prematura ou em grandes volumes de cabelos muitas vezes está diretamente ligada ao estresse. Quando em altos níveis de tensão, o corpo libera altas doses de cortisol, que diminui o ciclo natural de crescimento dos fios, além de estimular a queda.

Psoríase: quando há o acúmulo de células na pele, elas podem começar a escamar e coçar, causando a psoríase, que pode ser engatilhada por baixas imunológicas e situações de estresse. Apesar de não ser contagiosa, ainda há preconceito com pessoas que desenvolvem psoríase, o que pode agravar ainda mais o seu estado emocional.

Rosácea: manifesta-se através de manchas avermelhadas no rosto, na área acima das bochechas e costuma ser mais comum em mulheres de meia idade com pele mais clara. Pode causar bastante vermelhidão e até secreção dependendo do nível e pode ser desencadeada por fatores emocionais.

Vitiligo: a pele só possui cor devido à presença de melanina. Quando há uma falta de melanina em pontos específicos do corpo, ocorre o vitiligo, causando manchas brancas aleatórias na pele, podendo afetar qualquer parte do corpo em quem tenha predisposição genética. Geralmente o vitiligo é desencadeado por um momento de forte tensão emocional.

Onicofagia ou cutisfagia: a mania de roer as unhas (onicofagia) ou morder as bordas das unhas – falanges (cutisfagia), geralmente ocorre por desequilíbrios emocionais ligados principalmente ao estresse e ansiedade. Isso pode desenvolver infecções dermatológicas maiores além de poder contribuir para entrada de vírus e bactérias no organismo.

O que fazer com doenças de pele emocionais

As doenças de pele citadas acima e ainda algumas outras podem ser desenvolvidas, desencadeadas ou agravadas por aspectos emocionais. Ao perceber qualquer anomalia na pele é importante procurar um dermatologista, que indicará o tratamento adequado para o problema, além de investigar a possível causa, podendo até mesmo indicar uma psicoterapia.

Além disso, é importante que você perceba como anda a sua saúde emocional. Estresse, tensão e ansiedade fazem mal à pele e a outros órgãos e sistemas do organismo, devendo ser tratadas para evitar doenças somáticas. 

Fonte: Instituto Paulista de Psiquiatria 

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