Quando o cuidado vira sobrecarga: quem cuida dos cuidadores?
Há uma romantização perigosa em torno do cuidado.
Muitos dizem: “É lindo cuidar dos pais.” É mesmo. Mas também pode ser devastador.
Cuidar exige presença. E presença consome tempo, energia, dinheiro, saúde mental. Às vezes, o cuidador perde a própria identidade no processo — e ninguém nota.
No Diversa-IDADE, eu e Tati Gracia falamos da geração sanduíche, que cuida dos filhos e dos pais ao mesmo tempo. Mas o que poucos percebem é que esse sanduíche está sendo mordido pelas laterais. E no meio dele... tem uma pessoa se desmanchando.
São mulheres — em sua maioria — que colocam a vida no modo espera. Adiam sonhos. Cancelam planos. Reorganizam a carreira. Esquecem de si mesmas.
E ainda se sentem culpadas por estarem cansadas.
O cuidado sem apoio vira exaustão. O amor sem rede vira peso. E o silêncio sem escuta vira adoecimento.
No Diversa-IDADE, escrevemos com clareza: “Cuidar também cansa. E quem cuida merece cuidado.”
A pergunta é: será que você está ouvindo os sinais de quem já não tem mais voz?
Willians Fiori
Hospital israelita Albert Einstein | Professor | Mentor | Palestrante | Nexialista | Autor do livro diversa-IDADE | Softys Falcon | Silver Economy | Insper | FIA | FMUSP
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