23/08/2025

SEM VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES


Diante dos ataques cada vez mais diversos e frequentes às mulheres, também se adota o lema em vigor em outros países, de "tolerância zero". É uma forma de conter o agravamento do assédio e dos maus-tratos que, na maioria dos casos, partem do homem, devido, sobretudo, a estereótipos culturais. Com isso, espera-se aumentar o respeito e o bom tratamento da figura feminina. Mas para chegar à raiz desse problema, uma análise de outro ângulo também é necessária.

A experiência do pecado no povo de Adão e Eva muda a maré desse plano maravilhoso (Gn 3: 1-19). Um dos frutos dessa transgressão é a violência contra a mulher, com consequências devastadoras para a família. No fundo, uma cegueira sobrevive de tal forma que impede a mulher de ser percebida em seu papel básico de ajuda essencial. Em seu papel de mãe, esposa, filha, irmã, tia, avó ... enfrentando a família. E como zeladora, empregada doméstica, professora, enfermeira e outras profissões a nível social.

Não foi criado, portanto, como um objeto de domínio ou prazer em relação ao homem. São João Paulo II coloca este estado de coisas como herança do pecado original, relacionando-o com a Primeira Carta de João 2,16: * concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida. E continua: A expressão relativa ao "domínio" ("ele dominará você") que lemos em Gênesis 3:16, não indica esta última forma de luxúria? O domínio "sobre" o outro - do homem sobre a mulher - não muda essencialmente a estrutura da comunhão na relação interpessoal? Não muda alguma coisa na dimensão dessa estrutura que torna o ser humano um objeto, de forma concupiscível aos olhos? * (Não. Audiência Geral, junho de 1980).

O padre Francisco alerta para as patologias frequentes desta época na relação conjugal, que tende a confundir o amor com a paixão egoísta, onde a mulher é tratada como “algo” e não como “alguém”. * "O corpo do outro é muitas vezes manipulado, como algo que se retém enquanto proporciona satisfação e é desprezado quando perde atratividade. Podem as constantes formas de dominação, arrogância, abuso, perversão e violência sexual, das quais são produto um desvio do significado da sexualidade e que enterrem a dignidade dos outros e o chamado ao amor sob uma busca sombria de si mesmo? ”* (Amoris Laetitia 153)

Os maridos que descobriram esse amor salvador em seu relacionamento podem superar os conflitos do dia-a-dia com mais facilidade, sem recorrer à violência. O Padre Francisco comenta neste sentido: * Os cônjuges que se amam e se pertencem falam bem um do outro, procuram mostrar o lado bom do cônjuge para além das suas fraquezas e erros. Em todo caso, eles se calam para não prejudicar sua imagem. Mas não é apenas um gesto externo, surge de uma atitude interna. * (Amoris Laetitia 113)

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