02/09/2025

Na'vi


Se você já viu o filme Avatar, talvez se lembre do gesto mais sagrado dos Na’vi.

Eles não diziam “eu te amo”.

Diziam, com a alma nos olhos: “Eu te vejo.”

Ver o outro vai além da forma, da aparência, do nome ou da história.

Ver é reconhecer.

É enxergar a centelha divina, a dor não dita, a luz oculta, o que pulsa por trás do que é visível.

É perceber que o outro carrega, assim como você,

fragilidade, beleza, medo, verdade e uma missão.

"Eu te vejo" quer dizer:

Vejo sua dor.

Vejo sua força.

Vejo até aquilo que você ainda tenta esconder e não te julgo por isso.

Eu vejo você quando deixo cair as projeções, os rótulos, as expectativas.

Vejo você quando reconheço, em seu olhar, um reflexo da minha própria humanidade.

Quando acolho suas imperfeições como espelho das minhas.

E ainda assim escolho ficar.

"Eu te vejo" é um ato de coragem.

É permitir que o outro exista em sua totalidade, sem tentar moldá-lo ao que eu espero.

É amar com presença.

É acolher sem exigir mudança.

É dizer: você pode ser você comigo.

Entre tribos da África do Sul, a saudação Sawubona quer dizer exatamente isso: "Eu te vejo."

E a resposta é igualmente profunda: Shikoba, “Então eu existo para você”.

Ver o outro é curá-lo.

E ao curar, curar-se.

Porque só enxerga de verdade aquele que também aprendeu a se ver.

Então, se hoje você precisar de palavras simples e sagradas,

deixe que eu diga:

Eu te vejo.

Com tudo o que você é.

E tudo o que ainda está se tornando.

✡️ Emilia Morales terapeuta holistica

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