11/09/2025

Angústia profunda, escuridão densa e sofrimento interminável


A prisão mental após a morte, no umbral, não é feita de grades de ferro ou correntes visíveis, mas de pensamentos e memórias que se repetem. O espírito que desencarna e permanece preso a dores, culpas ou crenças rígidas cria para si mesmo um labirinto invisível. O ambiente ao redor reflete o que está dentro: tormentos, vozes internas, imagens que não cessam. O umbral é, antes de tudo, um espelho do inconsciente coletivo e individual.

Ali, muitos acreditam estar ainda vivos, continuam vivendo rotinas ilusórias ou revivendo tragédias do passado. Essa prisão mental não é imposta por um carcereiro externo, mas pela força dos próprios registros emocionais. A alma fica em looping, tentando encontrar uma saída, mas volta sempre ao mesmo ponto porque a chave do portão está escondida dentro dela mesma.

O peso da culpa, do medo e da raiva faz com que a mente cristalize realidades densas. Cada emoção não resolvida ganha forma: casas sombrias, ruas intermináveis, multidões perdidas. Não se trata de fantasia, mas de energia mental condensada em cenários que aprisionam. É a prova de que o pensamento continua sendo criador mesmo após a morte.

Essa prisão pode durar anos, séculos ou instantes, dependendo do grau de apego e resistência do espírito em se libertar. O tempo, como o conhecemos, perde sentido no umbral. O que conta é a intensidade da vibração. Enquanto a mente sustentar a crença de estar condenada, a experiência de condenação se renova indefinidamente.

A libertação começa quando o espírito se reconhece prisioneiro das próprias ideias. Ao invés de lutar contra paredes inexistentes, precisa olhar para dentro e compreender que o verdadeiro cárcere sempre foi mental. É nesse ponto que forças de auxílio conseguem se aproximar, abrindo fendas de luz na escuridão do umbral e conduzindo a consciência para outros estágios de aprendizado.

Gratidão por estar aqui!

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