A música nos leva a um mundo de sonhos lindos e de repente, vendamos nossos olhos deixando a cegueira habitar as janelas das nossas almas, permitindo que a escuridão adentre por elas num pequeno instante do tempo...
Tateamos as paredes até chegar à porta que fechamos para o mundo exterior, na tentativa de nos guardar de todos os horrores da selva de pedra do mundo real...
A porta se abre e lá na soleira da porta o perigo está nos espreitando, só esperando o momento derradeiro para invadir nosso templo e de rubro cobrir nossas vestes, mãos e tudo ao redor...
Gritos mudos adormecem em nossas gargantas e lá ficam prisioneiros...
Permitimos que a escuridão toma-se conta também de nós quando trancafiamos aquela paz profunda, que existia ali...
Nos lábios o beijo mortal
leva nossa alma que vagarosamente dançava as notas da canção que ainda toca insistentemente...
Pobre alma desvalida, caída, sucumbida na ânsia eterna em busca da luz, perdeu-se nos labirintos fúnebres da sabedoria oculta.
Cirlei Fajardo
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