O despertar não é romance espiritual; é engenharia mental. Eu começo identificando o piloto-automático: pensamentos herdados, emoções recicladas, opiniões alugadas. Despertar é desprogramar esses loops e reassumir autoria da mente. Não é “sentir luz”, é ganhar precisão.
O cérebro pede complexidade. Neuroplasticidade não cresce com frases prontas, cresce com atrito cognitivo. Quando me alimento só de conteúdo raso, entro em tédio e repetição — sintomas de subcarga intelectual. Informação densa funciona como nutrição: exige, mas expande.
Por isso eu estudo em camadas: espiritualidade séria, psicologia, ciência, filosofia, história. Construo uma biblioteca interna e comparo modelos. Troco crença por hipótese testável. Escrevo, debato, reviso — porque ideia não testada vira dogma, e dogma é sono.
Também faço auditoria de padrões: o que penso, por que penso, quem ganha quando penso assim. Rastreio gatilhos, corrijo narrativas, diferencio mapa de território. Despertar dói porque desmonta identidades de conforto — e dor aqui é dado, não inimigo.
No fim, despertar é disciplina iterativa: perguntas melhores, leituras mais difíceis, prática diária. Menos “gratiluz”, mais atenção e método. Cada camada de complexidade que eu atravesso devolve elasticidade à mente. Não fico mais “leve”; fico mais consciente e preciso.
Luz e Consciência
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