Uma egregora é mais do que um conceito espiritual. Na psicanálise, podemos compreendê-la como um campo psíquico coletivo: a soma de pensamentos, desejos e emoções de um grupo, que acaba ganhando força própria.
Assim como o inconsciente individual guarda traumas e fantasias, a egregora funciona como um inconsciente coletivo em ação. Ela se alimenta da repetição, da crença e da energia emocional de todos que participam dela.
O efeito é poderoso: quem entra nesse campo sente, pensa e age de acordo com o que a egregora sustenta, mesmo sem perceber. É o motivo pelo qual pessoas em grupos religiosos, políticos ou familiares reproduzem padrões como se fossem seus — mas, na verdade, pertencem ao coletivo.
Na clínica psicanalítica, isso se mostra quando o sujeito carrega culpas, lealdades ou sintomas que não são apenas dele, mas herdados de uma rede maior. A egregora é o lugar onde essas marcas se organizam e se transmitem.
Entender a egregora é entender que ninguém vive isolado. Cada um de nós é atravessado por correntes invisíveis de sentido, memória e desejo. O que chamamos de “eu” está sempre em diálogo com esse campo coletivo que nos molda, mesmo no silêncio.
Luz e Consciência
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