24/11/2025

A Diferença Entre Expectativa e Experiência


Na psicologia cognitiva, existe um conceito chamado viés de impacto. Ele sugere que as pessoas tendem a superestimar a intensidade e a duração emocional de eventos futuros em comparação com o que realmente sentem quando esses eventos acontecem. Em outras palavras, a nossa expectativa (ou fantasia) de um evento é geralmente muito mais intensa do que a experiência real.

Isso pode explicar porque o “quase” parece mais forte do que o amor que realmente aconteceu. O “quase” permanece na fase da expectativa, enquanto o que aconteceu de verdade está na fase da experiência, que é muitas vezes mais moderada e realista.

A Idealização do Amor Romântico

Culturalmente, tendemos a idealizar o amor romântico, vendo-o como algo grandioso e avassalador. Essa ideia é reforçada por livros, filmes e músicas que muitas vezes destacam o amor não correspondido ou o “quase” como a forma mais pura e intensa de afeto. Essa idealização do amor alimenta a sensação de que o “quase” é mais forte porque nunca foi corrompido pela rotina, pela frustração ou pelas imperfeições da convivência real.

No entanto, o amor vivido na realidade pode ser mais sutil, mais cotidiano — “a vida segue acontecendo um pouquinho”. O amor real, que envolve desafios diários, falhas e imperfeições, é muitas vezes menos glamoroso, mas é também onde o verdadeiro crescimento e a intimidade se encontram.

O Luto Pelo Amor Que Nunca Aconteceu

O “quase” no amor também pode trazer uma sensação de luto ambíguo — uma dor pelo que poderia ter sido, mas nunca foi. Ao contrário do luto por algo real e concreto, o luto pelo “quase” é mais difícil de resolver porque não há um encerramento claro. Ele é uma perda do potencial, não de uma realidade, o que pode deixá-lo reverberando na mente por mais tempo.

Conclusão

O “quase” parece ser mais forte no amor porque ele vive na fantasia, onde é perfeito, inacabado e cheio de possibilidades. Na mente, ele permanece como uma fonte inesgotável de desejo e expectativa, enquanto o que aconteceu de fato é limitado pelas imperfeições da realidade. O poder do “quase” está na sua falta de concretude, na sua eterna possibilidade, enquanto a vida real segue acontecendo “um pouquinho”, com suas frustrações e satisfações reais.

Essa tensão entre o que poderia ter sido e o que realmente é define muito da experiência humana no amor, e é por isso que o “quase” muitas vezes parece tão intenso e insuperável.

Fonte: saindodamatrix.com.br

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