Havia um rio que corria com uma pressa incessante em direção ao oceano. Em sua margem, uma ilha solitária observava a água passar, dia após dia.
O rio, em sua pressa, zombava da ilha: "Você está sempre no mesmo lugar, imóvel, enquanto eu viajo, vejo o mundo, sinto a vastidão. Sua existência é uma estagnação."
A ilha, silenciosa e paciente, respondeu: "Você vê o mundo, é verdade, mas nunca o possui. Você o toca por um instante e segue em frente, sem deixar rastros duradouros em si mesmo. Eu permaneço, e é em mim que a vida cria raízes. As árvores crescem, os ninhos são feitos, a história se acumula. Sua jornada é feita de momentos que se perdem; minha permanência é feita de memórias que se solidificam."
O rio parou por um instante, refletindo sobre a perspectiva da ilha. Percebeu que sua liberdade era, de certa forma, uma forma de esquecimento, e que a imobilidade da ilha era uma forma de eternidade.
Para Refletir:
Sobre a brevidade da vida: Somos o rio em nossa juventude, sempre em movimento, buscando a próxima experiência, o próximo destino. Gostaríamos de ter a permanência da ilha, mas o tempo flui inexoravelmente.
Sobre as conexões: As pessoas que passam por nossas vidas são como a água do rio. Umas tocam nossa margem por um segundo e somem; outras formam enseadas e lagos que demoram mais a secar.
Sobre o agora: A profundidade não está na quantidade de quilômetros percorridos, mas na intensidade com que se habita o próprio lugar, seja ele um instante fugaz ou uma vida inteira.
A vida nos desafia a ser ambos: ter a coragem do rio para seguir em frente e a sabedoria da ilha para criar raízes e valorizar o que permanece.
Gratidão por estar aqui!

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