A dor da rejeição: quando o afeto se torna uma necessidade biológica
A ciência já demonstrou algo que a experiência humana sempre soube: a dor emocional não é apenas “psicológica”. O cérebro processa a dor da rejeição nos mesmos circuitos que processam a dor física. Isso significa que, para o nosso organismo, ser excluído, ignorado ou desvalorizado dói de verdade tão intensamente quanto machucar o corpo.
Essa descoberta revela algo profundo sobre a nossa natureza: o afeto não é um luxo emocional; é uma necessidade biológica. Assim como precisamos de alimento para sobreviver e de sono para funcionar, precisamos de vínculos para existir de forma equilibrada. Conexão, pertencimento e acolhimento são tão vitais quanto oxigênio para a saúde emocional e até física.
Quando somos aceitos, valorizados e amados, o cérebro libera neurotransmissores que reduzem o estresse, estabilizam o humor e fortalecem o sistema imunológico. Quando somos rejeitados, o corpo entra em alerta: aumenta o cortisol, diminui a autoestima e o sistema nervoso reage como se estivesse ameaçado. A rejeição, portanto, não é apenas um “sentimento ruim”; é um impacto direto no organismo.
Compreender isso transforma a maneira como vemos nossas relações. Cuidar dos laços afetivos, buscar ambientes de acolhimento e cultivar vínculos saudáveis deixa de ser algo opcional. É autocuidado profundo, é saúde mental e corporal.
E também traz outra consciência: a forma como tratamos o outro tem o poder de ferir ou curar de modo muito mais profundo do que imaginamos. Nossos gestos de afeto, presença e validação são, de fato, bálsamos biológicos.
Texto por: Psicanalise Inconsciente

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