A gente passa a vida com medo do mar aberto, não é? Onde as águas são profundas, as ondas são fortes, e a gente teme se afogar na intensidade do outro. Então, por proteção, a gente busca a segurança da água rasa, do lugar onde dá pé.
O problema é que o raso também tem seus perigos. E eles são piores, porque são invisíveis. São o vidro quebrado da indiferença, as pedras pontiagudas do egoísmo, a correnteza traiçoeira da manipulação. Você acha que está seguro, mas está se cortando aos poucos, sem nem perceber.
Foi ali que eu entendi: mergulhei no raso e aquilo me feriu profundamente. Porque a dor de ser ferido na superfície é a mais solitária de todas. Ninguém vê o seu afogamento, porque, para todo mundo, a água mal chega aos joelhos.
É essa ferida, a do raso, que nos ensina a lição mais importante sobre a nossa própria sobrevivência. Saúde mental é "escolher" viver com pessoas que não nos tornem doentes.
Essa “escolha” não é um ato passivo. É um trabalho de jardineiro. É arrancar as ervas daninhas da sua vida, sem dó. São aquelas pessoas que te fazem duvidar do seu próprio valor, que te esgotam, que te deixam mais cansado do que antes de encontrá-las.
Você não precisa de um grande motivo para se afastar. O seu cansaço já é o motivo. A sua paz implorando por silêncio já é a justificativa.
No final, você aprende que a sua vida é um santuário. E a sua única tarefa é ser o guardião do portão, permitindo a entrada apenas daqueles que vêm para somar, para regar, para florescer junto com você.
De um coração intenso para corações intensos,
@marcos_vci ❤️🔥
✡️ Emilia Morales terapeuta holistica
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