Há um momento em que a alma cansa de carregar o que já não vibra.
E esse momento, muitas vezes, chega com a primavera.
Não porque tudo está florido, mas porque tudo está mais claro.
Outubro traz luz suficiente para enxergar o que precisa ir.
Desapegar não é perder.
É devolver ao tempo o que já cumpriu seu ciclo.
É reconhecer que certas dores, ideias, vínculos e versões de nós mesmos
já não nos servem — e que insistir é sufocar o espaço do novo.
A natureza nos ensina sem palavras.
As árvores não choram pelas folhas que caem.
Elas sabem que o vazio é necessário para o renascimento.
E nós, que também somos natureza, precisamos aprender a deixar ir.
Desapegar é um ato de amor.
Amor por si, por aquilo que ainda pode florescer.
É confiar que há beleza no que vem, mesmo sem saber o formato.
É abrir mão do controle e permitir que a vida nos surpreenda.
Neste outubro, que você se permita esvaziar.
Não por ausência, mas por presença.
Porque só floresce quem tem coragem de soltar.
E só vive plenamente quem entende que o desapego é o primeiro passo da liberdade.
Consciência que Cura!

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