Como diz Paulo Roberto Gaefke em seu poema Recomeçar (Faxina da Alma):
“Chorou muito? Foi limpeza da alma…”
Limpa-se a alma das experiências de sofrimentos, e é por isso que os olhos transbordam em lágrimas e o coração fica menos comprimido pelo aperto que foi ocasionado com o sofrimento.
Sofremos por aquilo que nos faz bem e que se ausenta dos nossos sentidos – pelo menos, de alguns sentidos.
O que é referente aos cinco sentidos pode estar ausente, porém, no que diz respeito aos sentidos da alma e do espírito, estará muito presente.
O sentimento de amor, de companheirismo – que é atributo da alma e do espírito – é realçado por sentidos além da percepção física, podemos dizer que é um sexto sentido, que não é necessária a presença física para senti-lo e viver a magnitude desta intensidade de sentimento.
A alma chora pela ausência da expressão que não se sente fisicamente, mas o sexto sentido conforta essa ausência através do amor.
Quando a vida se transforma, em sua sutileza do físico para o extrafísico, ocorre um rompimento de comunicação vibracional. Isto é, o que fica fisicamente tem uma densidade vibracional e, o que vai através da morte para a sutileza, apresenta uma vibração muito sutil, diferente da de quem fica no plano físico. Ambas as vibrações se diferenciam por causa do estado em que se encontram, embora antes estivessem juntas no mesmo padrão de vibração. Por esse motivo, a percepção do outro – que já não era total – permitia sentir o outro como presente.
A percepção física, de físico para físico, é compatível para ambos, mas os sentimentos e emoções, muitas vezes, escapam à nossa percepção por serem algo – uma energia além do plano físico. Mas não basta apenas perceber, mesmo que não seja com toda intensidade.
E aí, a falta de percepção física pelos cinco sentidos – o toque, a visão, a audição, todos os sentidos – forma uma ausência do ser, e a alma chora pela experiência que se viveu e que contribuiu para a aprendizagem de vida, para o prazer, para a intensidade do amor.
Deixe a alma chorar, mas não deixe de sutilizar-se em percepções que ajudarão no contato extrafísico, de perceber a vibração que agora está no extrafísico.
Preencher-se do amor, da memória feliz, alegre e companheira, é ter ao lado aquele que se foi para o mundo que a sutileza espiritual exige.
É o tempo evolutivo de todos, e nós estaremos também, ausentes em matéria, na vida de muitos queridos.
Quando a alma chora, fale com Deus, com os anjos, não feche as portas, não fique só.
A vida é infinita para todos e não a limitemos com pensamentos pesarosos e limitantes.
Quando a Alma chora, o amor deve transbordar em atitude.
Um abraço,
Elaine de Oliveira Sanches.

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