A primavera é feita de luz. Mas também de sombra.
As flores que encantam os olhos só existem porque há raízes escondidas, mergulhadas na terra escura.
E talvez o maior gesto de autoconhecimento seja esse: reconhecer que somos feitos de ambos.
Não há cura sem conflito. Não há evolução sem desconforto.
A sombra não é inimiga — é parte do caminho.
Ela guarda o que evitamos sentir, o que não mostramos, o que ainda não sabemos nomear.
Mas é ali, nesse território silencioso, que mora a potência da transformação.
Outubro, com seus dias mais claros e noites ainda frescas, nos convida a olhar para dentro.
A perceber que nossas contradições não nos tornam menos — nos tornam humanos.
Ser inteiro é aceitar que há partes em nós que ainda estão em processo.
É parar de lutar contra o que sentimos e começar a escutar o que essas emoções querem nos dizer.
A luz revela. A sombra ensina.
E quando deixamos de temer a escuridão, começamos a florescer com verdade.
Porque não há primavera sem inverno.
E não há despertar sem antes atravessar o que dormia.
Neste mês, que você se permita ser jardim completo:
com flores, raízes, terra, vento, sol e sombra.
Porque só quem se acolhe por inteiro pode florescer com autenticidade.
Portais Terapêuticos

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